Papa Francisco: “Os mártires são o sinal de que estamos no caminho certo

março 1, 2024 / no comments

Papa Francisco: “Os mártires são o sinal de que estamos no caminho certo


Ao longo da história da Igreja Católica, muitos crentes foram perseguidos e assassinados por causa da sua fé. Perante esta realidade, o Papa afirma que o seu testemunho “é uma bênção para todos” e pede uma oração especial por eles em O Vídeo do Papa de março, que é divulgado pela Rede Mundial de Oração do Papa.

Histórias de coragem e testemunhos de amor

A vida das pessoas que se entregam como testemunhas de Cristo são, antes de mais, histórias reais, como pormenores que as tornam únicas. Na sua mensagem vídeo, que este mês tem o apoio da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), uma organização caritativa católica internacional e fundação pontifícia cuja missão é ajudar os fiéis, onde quer que estejam a ser perseguidos, oprimidos ou em situação da carência, através da informação, oração e ação – Francisco recorda o testemunho e a dor de um marido que conheceu na ilha grega de Lesbos: “Viram a minha mulher com o crucifixo e disseram-lhe para o atirar ao chão. Ela não o fez e degolaram-na à minha frente”.

A história desta mulher, que deu um “exemplo de amor” por Cristo e de fidelidade “até à morte” é reconstituída em O Vídeo do Papa do mês de março, no qual se vão alternando também imagens de comunidades cristãs em perigo e se referem exemplos de coragem, como o do primeiro servo de Deus do Paquistão, Akash Bashir, que morreu com 20 anos, em 2015, para evitar um atentado terrorista contra uma igreja cheia de fiéis, em Lahore.

Mártires, heróis de todos os tempos

Há muitos mártires escondidos, os heróis do mundo de hoje, que levam uma vida comum com coerência e com a coragem de aceitar a graça de serem testemunhas até ao fim, mesmo até à morte. O Papa insiste: “Irmãos, irmãs, sempre haverá mártires entre nós. É o sinal de que estamos no caminho certo”. O facto de haver mártires significa que alguns arriscaram a vida para seguir Jesus, para viver de acordo com a sua mensagem e encarnar no mundo o seu Evangelho de amor, paz e fraternidade. Não o renegaram nem esqueceram, antes mantiveram firme a sua fé e demonstraram fidelidade a Jesus Cristo. Por isso indicam à Igreja o caminho certo.

“Uma pessoa que sabe dizia-me que há mais mártires hoje do que no início do cristianismo”, acrescenta Francisco, sublinhando como é atual o tema dos cristãos perseguidos e que dão a vida pela sua fé. Apenas em 2023, chegaram à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) denúncias em 40 países de pessoas assassinadas ou sequestradas por causa da sua fé. A Nigéria tornou-se o país com o maior número de assassinatos; no Paquistão, na diocese de Faisalabad, as igrejas e as casas dos cristãos de Jaranwala foram atacadas; e no Burkina Faso, os católicos de Débé foram expulso da sua aldeia apenas por causa da sua fé. E isto para mencionar só alguns exemplos.

Neste contexto, a presidente executiva da fundação pontifícia, Regina Lynch, afirma: “A liberdade religiosa, reconhecida na Declaração Universal dos Direitos do Homem, é um direito inalienável e nenhum cristão deve perder a vida por a exercer. É fundamental garantir o direito de praticar a sua fé como parte da dignidade de todos os seres humanos”. Nesse sentido, diz que a intenção de Francisco neste mês é “muito importante para encorajar a oração pelas vítimas de perseguição, bem como para defender aqueles que sofrem discriminação por causa da sua fé. Para além disso, temos de envolver os políticos na defesa dos direitos dos mais vulneráveis”.

A coragem de testemunhar com a própria vida

O P. Frédéric Fornos S.J., Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, recorda o que São Francisco de Assis dizia aos seus irmãos: “Anunciai sempre o Evangelho. Se necessário, usai palavras”. E acrescenta: “Somos chamados a dar testemunho de Cristo com toda a nossa vida. Um mártir é uma testemunha de Cristo cuja existência é um testemunho vivo, isto é, encarna o Evangelho com o risco da própria vida, sem recorrer à violência. A intenção de oração do Papa interpela-nos: como é que damos testemunho de Cristo onde nos encontramos? Nem todos nós somos chamados a arriscar a vida para sermos fiéis a Jesus Cristo, mas eu posso perguntar-me: perante situações que vão contra a ética cristã, contra o Evangelho, no meu trabalho, nas minhas atividades, no meu círculo social ou na minha família, tomo posição para seguir o caminho de Cristo, apesar das dificuldades e dos desafios que possam surgir, ou evito? Por isso, rezemos com o Papa para que aqueles que, em várias partes do mundo, arriscam a vida pelo Evangelho transmitam à Igreja a sua coragem e o seu zelo missionário”.

Assista ao Vídeo do Papa de março na íntegra:

Fonte: Vatican News

Papa pede que rezemos pelos doentes terminais e suas famílias

fevereiro 2, 2024 / no comments

Papa pede que rezemos pelos doentes terminais e suas famílias

 

O Papa Francisco pede oração e compromisso para com os doentes terminais e seus familiares na edição de fevereiro do O Vídeo do Papa. O Santo Padre compartilha sua intenção de oração neste mês em que a Igreja celebra a Jornada Mundial do Enfermo, convocada desde 1992 por São João Paulo II no día 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes.

Papa Francisco lembra que “há duas palavras que, quando alguns falam de doenças terminais, as confundem: incurável e in-cuidável. E não são a mesma coisa”. “Curar se é possível, cuidar sempre”, afirma o Papa Francisco referindo-se a São João Paulo II no vídeo mensagem dirigido a todos os que creem, através da Rede Mundial de Oração do Papa.

Cuidar e curar

Um casal, sentando na areia, contempla o mar: o menino abraça a menina, que ficou sem cabelo por causa da quimioterapia. Uma menina está ao lado da cama de seu avô, no hospital, abraçando-lhe. Um homem está junto ao leito de seu pai, com uma Bíblia no colo e um Rosário nas mãos. Uma enfermeira leva ao jardim um paciente que já não pode caminhar. Um médico explica a uma família o difícil caminho que vão ter que percorrer com seu parente a partir de agora.

Conforme as olhamos, as imagens de O Vídeo do Papa de fevereiro nos falam de uma série de fracassos ou de êxitos: fracassos, se o único resultado aceitável é a cura; êxitos, se o objetivo é o cuidado. Curar e cuidar parecem sinônimos, mas não o são. O Papa Francisco o explica claramente: inclusive quando há poucas possibilidades de cura, “todos os doentes têm direito ao acompanhamento médico, ao acompanhamento psicológico, ao acompanhamento espiritual, ao acompanhamento humano”. E continua: “Nem sempre se consegue a cura. Porém sempre podemos cuidar do doente, acariciar o enfermo”.

Doentes, famílias e cuidados paliativos

Em nossa cultura do descarte não há lugar para os doentes terminais. E não é por acaso que, nas últimas décadas, a tentação da eutanásia tenha ganhado terreno em muitos países. Contrariamente a isso, o Papa Francisco nos convida a olhar o doente com amor – a compreender, por exemplo, que o contato físico pode ajudar muito, inclusive a quem já não é capaz de falar e parece já não reconhecer seus próprios familiares – e a acompanhá-lo do melhor modo possível, durante todo o tempo que necessite.

Não se trata de prolongar desnecessariamente o sofrimento: pelo contrário, o Papa insiste na importância dos cuidados paliativos e da família, que – como escreveu a Congregação para a Doutrina da Fé na carta Samaritanus bonus de 2020 – “está ao lado do doente e dá testemunho de seu valor único e irrepetível”.

Sobre os cuidados paliativos, o Papa Francisco reforça que “garantem ao paciente não somente a atenção médica, mas também um acompanhamento humano e próximo”. No entanto, ao falar sobre o papel das famílias, o Papa lembra que “não devem permanecer sozinhas nesses momentos difíceis”, pois “seu papel é decisivo e devem ter os meios adequados para desempenhar o apoio físico, espiritual e social”.

Por isso, o Papa conclui pedindo as orações e o compromisso de todos para que “os doentes terminais e suas famílias recebam sempre os cuidados e o acompanhamento necessários, tanto do ponto de vista médico como humano”.

Como o Bom Samaritano

O Padre Frédéric Fornos S.J., Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, presente em 89 países, com mais de 22 milhões de católicos, pergunta: “Para que serve rezar por esta intenção? Não bastaria que o Papa fizesse uma declaração sobre este tema? Rezar, muda realmente alguma coisa? São perguntas que talvez nos façamos.” O P. Fornos continua: “Quando a doença bate à porta de nossa vida, sempre aflora em nós a necessidade de ter alguém próximo que olhe em nossos olhos, que segure nossas mãos, que manifeste sua ternura e nos cuide, como o Bom Samaritano da parábola evangélica. Esta proximidade e carinho com as pessoas em fase terminal poderia parecer acessório e secundário comparado ao acompanhamento médico, assim mesmo poder parecer também a oração; todavia, este apoio é essencial. É o amor que se expressa através destes gestos e da nossa oração. Nesses momentos difíceis, as famílias têm um papel muito importante, como disse o Papa Francisco. Rezemos, pois, “para que os doentes terminais e suas famílias recebam sempre os cuidados e o acompanhamento necessários.”

Assista o vídeo na íntegra abaixo:

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Fonte: Vatican News