Papa Francisco pede oração para que os políticos trabalhem “ao serviço de seu povo” dando “prioridade aos mais pobres”

agosto 2, 2024 / no comments

Papa Francisco pede oração para que os políticos trabalhem “ao serviço de seu povo” dando “prioridade aos mais pobres”

 

 

A intenção de oração do Papa Francisco para agosto é pelos líderes políticos. Nesse sentido, O Vídeo do Papa deste mês acompanha o desejo de Francisco no qual pede aos políticos para que “estejam ao serviço de seu povo”.

Na mensagem de vídeo, preparado e divulgado pela Rede Mundial de Oração do Papa, Francisco admite que mesmo que “hoje a política não tenha boa fama, é muito mais nobre do que aparenta”. E acrescenta que somente será possível “avançar rumo à fraternidade universal” contando com “uma boa política”.

Um mundo sem política?

“Atualmente a política não tem boa fama: corrupção, escândalos, está distante do dia a dia das pessoas”. As primeiras palavras do Papa, no vídeo mensagem que introduz sua intenção de oração para este mês, parecem dizer o que pensamos muitos de nós: que a política é um negócio sujo nas mãos de quem só pensa em enriquecer-se ou alcançar o poder. Os que se dedicam à política, aos olhos das pessoas comuns, devem ser vistos com receio: certamente terão algum interesse pessoal que esconder.

No entanto, à medida que passam os segundos, no vídeo, fica claro que o Papa Francisco está dizendo outra coisa. Está nos lembrando que sempre é possível outro tipo de política: uma “POLÍTICA com maiúsculas“, como ele a chama, ao serviço das pessoas e, em particular, dos mais pobres. Todos necessitamos “boa política”, reforça o Papa, se queremos “avançar rumo à fraternidade universal”: a tentação de prescindir dela, evocada tantas vezes por populismos de todo tipo, é um grande engano. 

As imagens que acompanham suas palavras querem contar exatamente isto, alternando situações de vida em dois contextos diversos: um, no qual as pessoas sobrevivem por própria conta (uma mulher refugiada, um adulto desempregado, crianças sem água, uma pessoa em situação de rua), e outro em que, ao contrário, encontraram uma resposta – às vezes de modo emergencial, às vezes permanente – aos seus problemas. O mundo sem boa política e o mundo com boa política, de fato.

Um serviço de caridade para o povo

A política pode ser um desafio para o caráter moral dos que dela participam. No entanto, também pode ser uma vocação digna de santidade e virtude. Nesse sentido, no início do vídeo, o Papa retoma as palavras do Papa Paulo VI, que definiu a política como “uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comun”. 

Trata-se de um sentido social que supera os individualismos em favor de um todo maior: o povo. É por isso que os cristãos, especialmente os leigos, são chamados a participar da vida política, para poder construir uma sociedade mais justa e solidária. “Um indivíduo pode ajudar a uma pessoa necessitada, porém quando se une a outros para gerar processos sociais de fraternidade e de justiça para todos, entra no campo da mais ampla caridade, a caridade política”, reflete o Papa Francisco sobre este tema na encíclica Fratelli Tutti (2020).

A serviço dos pobres

O Papa Francisco afirma que a boa política não “está fechada em grandes edifícios com grandes corredores”, mas é a que “escuta a realidade, está ao serviço dos pobres e se preocupa com os desempregados”. 

Quando um político não deixa espaço para o diálogo, a cooperação e o compromisso com a dignidade das pessoas – chaves que o Papa destaca em Fratelli Tutti –, não se alcança o desenvolvimento integral da sociedade. Problemas como a fome e a pobreza, as guerras ou as crises ambientais, para citar citar alguns, vão sendo agravados por uma liderança política egoísta e ávida de poder. 

O desafios da política

O Padre Frédéric Fornos SJ, Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, reflete: “Rezar pelos líderes políticos? Os líderes políticos são o que nós fazemos deles. Ao invés de alimentar constantemente seu descrédito com nossas palavras e pensamentos, vamos ajudá-los a ser os homens e mulheres que desejamos. Rezemos por eles, como nos convida o Papa Francisco. É necessário muita coragem para estar onde estão e para buscar viver de maneira íntegra! Doam-se totalmente: seu tempo, sua vida familiar, suas capacidades, sua força física, sua reputação. Muito facilmente pensamos: “é a cobiça, o poder, o dinheiro, seu ego”. E muitas vezes é isso mesmo. Mas não podemos esquecer também que há tantos ao serviço do bem comum. E nós? O que fazemos? O que faríamos em seu lugar? Pelo menos podemos rezar por eles.

Confira o Vídeo do Papa de agosto na íntegra:

 

Papa: a Unção dos Enfermos não é só para quem está “prestes a morrer”

julho 5, 2024 / no comments

Papa: a Unção dos Enfermos não é só para quem está “prestes a morrer”

 

 

A intenção de oração de Francisco para este mês é a pastoral dos enfermos. E precisamente ao sacramento da Unção dos enfermos é dedicado O Vídeo do Papa, que acompanha as suas palavras.

Na vídeomensagem, divulgada através da Rede Mundial de Oração do Papa, Francisco pede que rezemos “para que o sacramento da Unção dos Enfermos dê às pessoas que o recebem e aos que lhes são mais próximos a força do Senhor e se torne cada vez mais para todos um sinal visível de compaixão e esperança”.

Consolar, motor da esperança

“Quando o sacerdote se aproxima de uma pessoa para lhe dar a Unção dos Enfermos, não está necessariamente a ajudá-la a despedir-se da vida. Pensar assim é desistir de toda a esperança. É dar por adquirido que depois do padre vem o coveiro”, comenta Francisco no início do vídeo.

Os sacramentos da Igreja são dons, as formas como Jesus se faz presente para abençoar, animar, acompanhar, consolar. A Igreja acredita e confessa que o sacerdote vem ajudar, ao administrar a Unção dos Enfermos, um sacramento que proporciona consolo aos que sofrem alguma doença e aos seus mais próximos.

Um sacramento com dimensão comunitária

O convite do Papa Francisco à oração de toda a Igreja é uma forma de tornar visível que a Unção dos Enfermos é um sacramento de natureza comunitária e relacional.

“No momento da dor e da doença não estamos sós: o sacerdote e quantos estão presentes durante a Unção dos enfermos representam toda a comunidade cristã que, como um único corpo se estreita em volta de quem sofre e dos familiares, alimentando neles a fé e a esperança, e apoiando-os com a oração e com o calor fraterno”, afirmou o Papa perante milhares de fiéis, numa audiência geral, em fevereiro de 2014, dedicada a este sacramento.

A proximidade de Jesus

Este sacramento assegura a proximidade de Jesus à dor de quem jaz enfermo ou do idoso, o alívio dos seus sofrimentos e o perdão dos seus pecados, mas não é sinónimo da receção de um milagre de cura do corpo nem de uma morte iminente.

A Unção dos Enfermos é, frequentemente, um sacramento esquecido ou menos reconhecido, continuou o Papa. No entanto, “é o próprio Jesus que chega para aliviar o doente, para lhe dar força, para lhe dar esperança, para o ajudar; também para lhe perdoar os pecados. E isto é muito bonito!” – daí a sua importância pastoral.

As imagens que acompanham as palavras de Francisco – filmadas em duas dioceses dos Estados Unidos: Allentown (Pensilvânia) e Los Angeles (Califórnia) – põem em destaque precisamente os diferentes contextos em que o sacramento pode ser administrado.

No vídeo, realizado por uma equipe de profissionais da arquidiocese de Los Angeles, entrelaçam-se duas histórias aparentemente muito diferentes em idade e situação clínica do enfermo, mas unidas pela graça do sacramento e pelo grande afeto daqueles que se reúnem em volta de quem recebe o sacramento.

A Unção dos Enfermos à luz dos Evangelhos

O padre Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, salienta que, embora já haja muitas pessoas que redescobriram a profundidade do Sacramento da Unção dos Enfermos, este ainda é visto, frequentemente, como uma forma de preparar os doentes para a morte.

“É isto que o Papa Francisco diz, quando recorda que, quando alguém está gravemente doente, queremos sempre adiar o sacramento da Unção dos Enfermos, pois persiste a ideia de que o coveiro chega depois do sacerdote (audiência geral de 26 de fevereiro de 2014). Por isso, o Papa Francisco deseja que este mês possamos redescobrir toda a profundidade e o verdadeiro sentido deste sacramento, não apenas como preparação para a morte, mas como um sacramento que consola os doentes em alturas de doença grave, bem como os que lhe são queridos, e dá força a quem os cuida”.

“A pessoa doente não está sozinha; com os sacerdotes e as pessoas presentes, é toda a comunidade cristã que a apoia com as suas orações, alimentando a fé e a esperança, e assegurando-lhe, bem como à família, que não estão sós no seu sofrimento. Todos conhecemos pessoas doentes, rezemos por elas, e se entendemos que padecem uma doença grave, bem como aos idosos cujas forças declinam, não tenhamos dúvidas em propor-lhes que vivam este sacramento de consolação e esperança”, conclui o padre Fornos.

Assista ao vídeo: