Together: Vigília ecumênica marcará início da etapa mundial do Sínodo

setembro 25, 2023 / no comments

Together: Vigília ecumênica marcará início da etapa mundial do Sínodo

 

 

O Papa, juntamente com Patriarcas orientais, Bispos protestantes, representantes ecumênicos, delegados fraternos, Cardeais novos e idosos, jovens de vários países e diferentes confissões, presidirá, na Praça São Pedro, a uma Vigília ecumênica de Oração, no próximo dia 30 de setembro. No mesmo dia, se realizará também um Consistório para a criação de 21 novos Cardeais.

Este evento ecumênico, que representa um sinal concreto de “caminhar juntos”, base de todo o percurso sinodal, contará com a participação de jovens e representantes e líderes de outras Confissões religiosas, entre os quais o Patriarca Bartolomeu, Teófilo III e Justin Welby.

A vigília ecumênica de oração “Juntos: encontro do Povo de Deus”, – que nasce de “um sonho” expresso pelo Irmão Alois, prior da Comunidade de Taizé, há três anos – dá início oficial ao Sínodo sobre “Sinodalidade”, que começa no próximo dia 4 de outubro, no Vaticano, após um longo caminho, que durou cerca de três anos, nas dioceses dos cinco continentes.

“Caminhar mais juntos”

“O desafio deste Sínodo é aprender a caminhar mais juntos, na escuta do Espírito, tornando-nos uma Igreja mais sinodal, para anunciar o Evangelho no mundo de hoje”: foi o que afirmou, em uma coletiva, na Sala de Imprensa Vaticano, a Irmã Nathalie Becquart, vice-secretária da Secretaria Geral do Sínodo. A religiosa propôs algumas chaves para uma maior compreensão deste evento, intimamente ligado ao caminho sinodal. Recordou, em particular, as palavras do Papa Francisco: “Não pode haver sinodalidade sem ecumenismo e nem ecumenismo sem sinodalidade”.

Por isso, o evento na Praça São Pedro será altamente simbólico, porque contará com a presença de líderes das Igrejas Ortodoxa, Protestante e Evangélica, além de alguns delegados fraternos e membros da Assembleia Geral do Sínodo, que, juntos com o Papa, acompanharão o início de um caminho sinodal, que tem suas raízes no Concílio Vaticano II.

“Caminhar mais juntos”

Ao apresentar, detalhadamente, o programa da Vigília ecumênica, que se realizará na tarde do dia 30 de setembro, na Praça São Pedro, a Irmã Nathalie Becquart explicou: “O evento, aberto com cantos, músicas e momentos de oração, que expressam gratidão, será inaugurado com um pronunciamento do Papa Francisco”. A seguir, haverá uma oração do Patriarca Ecumênico, Bartolomeu I, a leitura da Palavra de Deus, as intercessões lidas por um líder religioso ou delegado fraterno do Sínodo, enquanto o “Pai Nosso” será rezado pelo Arcebispo Welby. Por fim, após a oração final, o Papa Francisco concederá a bênção apostólica, junto com os doze chefes de Igrejas e líderes cristãos.

O Irmão Matthew, que, a partir do próximo dia 3 de dezembro, ocupará o cargo de Prior de Taizé, abençoará a Praça São Pedro, onde estarão reunidos cerca de 3 mil jovens, dos 18 aos 35 anos, provenientes de vários países europeus e pertencentes a várias Igrejas cristãs. Participarão da Vigília também um grupo crianças, que naqueles dias estarão reunidas em oração pelo Sínodo, reiterando o princípio citado pelo Papa: “Um caminho se faz caminhando”.

Trabalhos sinodais

A respeito dos trabalhos do Sínodo, cujo calendário e regulamento ainda estão em fase de definição, Paolo Ruffini, Prefeito do Dicastério para a Comunicação, bem como Presidente da Comissão de Informação da Assembleia sinodal, apresentou aos jornalistas, durante a coletiva de imprensa, algumas indicações para uma compreensão correta do Sínodo: “É preciso contribuir para que haja um clima de colaboração serena entre todos os participantes do Sínodo, para que possa produzir seus devidos”.

Segundo o desejo do Papa, disse Ruffini, deve-se criar um espaço dentro da Igreja, que não é um “parlamento” e muito menos “uma sala de visita”; mas, livre de qualquer “ideologia”, deve-se também favorecer o “diálogo entre os batizados e os membros da Igreja, falar sobre a vida da Igreja e sobre o diálogo com o mundo e os problemas que hoje afligem a humanidade”.

Paolo Ruffini acrescentou ainda: “O Papa convida todos a compreender e a falar sobre o autêntico significado de Sínodo, um processo de discernimento para toda a Igreja, que abrange a confidencialidade, sacralidade e momentos de verdadeira escuta, discernimento e oração, baseada na comunhão”.

O Sínodo será é instrumento de maior conhecimento entre seus membros, que se sentem “parte de um só corpo”, afirmou Paolo Ruffini, que acrescentou: “Depois de três semanas de oração, reflexão e conversão, a Assembleia sinodal aprovará um documento de síntese, que será publicado, mas que não deverá ser considerado documento final. Esta é a primeira sessão do Sínodo. A segunda, conforme o anúncio do Papa, se realizará no próximo ano”.

Citando as palavras do Papa, Paolo Ruffini reiterou: “O Sínodo não é e nem será “uma discussão em Parlamento, que não tem nada a ver com dinâmica eclesial”. O processo sinodal contará, certamente, com ideias discordantes, mas buscará também encontrar um consenso, que satisfaça a todos. Eis a característica do caminho sinodal”.

Roteiro da vigília

No dia 30 de setembro, acontecerá o “Together” em Roma, uma vigília de oração ecumênica na presença do Papa Francisco e de representantes de diferentes Igrejas, para unir louvor e silêncio, na escuta da Palavra organizado pela Comunidade Taizé. Em diferentes partes do mundo serão realizadas vigílias de oração no dia 30 de setembro ou por volta dessa data, como sinal de comunhão com os reunidos em Roma e para rezar pela fase universal do processo sinodal. A Equipe Nacional de Animação do Sínodo preparou uma sugestão de Roteiro para que cada diocese possa organizar sua experiência do “Together”. A sugestão foi enviada aos coordenadores das Equipes Diocesanas de Animação do Sínodo 2021-2024.

Acesse o roteiro (aqui)

Fonte: CNBB

Papa Francisco recebe Presidente do Brasil no Vaticano

junho 22, 2023 / no comments

Papa Francisco recebe Presidente do Brasil no Vaticano

 

Nesta quarta-feira, 21 de junho, o Santo Padre o Papa Francisco recebeu em Audiência, no ambiente anexo à Sala Paulo VI, o Presidente da República Federativa do Brasil, Sua Excelência o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que, posteriormente, se encontrou com o Excelentíssimo Dom Edgar Peña Parra, Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado.

Durante os encontros cordiais, manifestou-se o apreço pelas boas relações entre o Brasil e a Santa Sé, destacando-se a colaboração harmoniosa entre a Igreja e o Estado em prol da promoção dos valores morais e do bem comum.

Houve uma troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da Região e foram abordados alguns temas de interesse comum, como a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente.

O presidente Lula pediu ao Papa um Terço para sua irmã de 80 anos e Francisco imediatamente o presenteou. O Santo Padre ainda presentou o presidente Lula com a Mensagem para a Paz deste ano;  o Documento sobre a Fraternidade Humana; o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, editado pela LEV; e o baixo-relevo em bronze “A paz é uma flor frágil”.

Francisco foi presenteado com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré pela primeira-dama brasileira. Foto: Vatican Media

Francisco foi presenteado com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré pela primeira-dama brasileira. Foto: Vatican Media

Já o presidente Lula deu de presente ao Papa a gravura do artista pernambucano J.F. Borges. A primeira-dama, Janja Lula presenteou o Papa com um estátua de Nossa Senhora de Nazaré, de Belém.

O “obrigado” via Twitter
Papa Francisco recebeu o presidente do Brasil e sua primeira-dama. Foto: Vatican Media

Papa Francisco recebeu o presidente do Brasil e sua primeira-dama. Foto: Vatican Media

“Agradeço ao Papa Francisco pela audiência no Vaticano e pela bela conversa sobre a paz mundial”, tuitou Lula após o encontro, a partir de sua conta oficial no Twitter, seguida por 7,9 milhões de seguidores. Pelos mesmos canais sociais, o presidente divulgou ontem uma entrevista em vídeo na qual antecipou os temas que gostaria de abordar com o Papa, começando pela “grande campanha mundial contra a fome no mundo” e continuando, é claro, com a guerra na Ucrânia, já que Francisco – disse o presidente – estava “muito interessado em pôr fim à guerra envolvendo a Ucrânia e a Rússia”. Há algum tempo, Lula vem trabalhando em seu próprio plano de paz, que gira em torno da devolução pela Rússia dos territórios ucranianos conquistados após 24 de fevereiro de 2022. Ele apresentou esse plano em vários fóruns internacionais, inclusive ao presidente chinês Xi Jinping.

A ligação telefônica de 31 de maio

Um tema, o da Ucrânia, que Lula e o Papa já haviam abordado no telefonema de 31 de maio, cujo conteúdo foi divulgado por uma nota do governo brasileiro. Entre eles, a possibilidade de um novo encontro no Vaticano para “junho-julho”. Na entrevista na rede social, o presidente explicou que ele mesmo havia tomado a iniciativa de telefonar ao Papa para dizer-lhe “que queria visitá-lo” e “agradecer-lhe a atenção que me deu quando eu estava preso em Curitiba”.

Convite para visitar o Brasil

A “luta contra a desigualdade” e o combate à fome “em um planeta que produz mais alimentos do que consome” são os outros temas que o presidente disse querer compartilhar com Francisco. Junto com isso, um novo convite para visitar o Brasil pela segunda vez, depois da JMJ no Rio de Janeiro, em julho de 2013, a primeira viagem apostólica do recém-eleito Jorge Mario Bergoglio. O desejo de Lula, revelou ele, é que o Papa retorne para o Círio de Nazaré, uma das maiores festas católicas do país, realizada anualmente em Belém, no estado do Pará.

‘O Papa é a autoridade política mais importante do planeta’

Lula compartilhou os detalhes de sua audiência com o Papa nesta manhã, 22 de junho, com um grupo de jornalistas reunidos para uma coletiva de imprensa em um hotel de Roma. Neste momento”, disse ele:

“o Papa Francisco é a autoridade política mais importante que existe no planeta Terra. Não apenas pelo que ele representa, mas pelo que ele diz”.

O presidente brasileiro também disse que estava feliz por ver o Papa em boa saúde após a cirurgia de laparotomia a que foi submetido em 7 de junho: “Pensei que chegaria aqui e encontraria uma pessoa convalescente” e, em vez disso, “encontrei um homem com a energia de um de 30 anos”.

Fonte: Vatican News