Um momento histórico: pela primeira vez, um cardeal nascido no estado do Rio de Janeiro participa da eleição de um papa

maio 7, 2025 / no comments

Um momento histórico: pela primeira vez, um cardeal nascido no estado do Rio de Janeiro participa da eleição de um papa

Nesta quarta-feira, 7 de maio, tem início o Conclave que escolherá o novo sucessor de São Pedro, após o falecimento do Papa Francisco. Sete cardeais brasileiros estarão entre os eleitores, levando a voz da Igreja no Brasil a um dos momentos mais solenes e decisivos da vida eclesial. Dentre eles, um fato chama atenção: pela primeira vez, um cardeal nascido no estado do Rio de Janeiro participará da eleição de um papa. Trata-se de Dom Paulo Cezar Costa, atual arcebispo de Brasília e natural de Valença (RJ). Sua presença no conclave representa não apenas a maturidade da Igreja no Brasil, mas também o reconhecimento de um caminho que começou nos interiores do estado fluminense e o conduziu ao centro da Igreja universal.

Antes de assumir responsabilidades nacionais e internacionais, Dom Paulo deixou marcas profundas no Rio de Janeiro. De 2007 a 2010, foi reitor do Seminário Diocesano São Paulo VI, em Nova Iguaçu, onde formou muitos dos presbíteros que hoje atuam na Baixada Fluminense. Também foi professor do Seminário Arquidiocesano São José e da PUC-Rio, além de coordenar o departamento de Teologia da universidade. Nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro em 2010, serviu ao lado de Dom Orani João Tempesta, com quem compartilhou experiências de governo pastoral, teologia e missão. A trajetória de Dom Paulo é marcada por firmeza doutrinal, proximidade com o povo e compromisso com a formação intelectual e espiritual do clero.

É claro que, para o povo do Rio de Janeiro, Dom Orani segue sendo um grande pai, pastor e amigo, conduzindo com firmeza e ternura a arquidiocese há mais de 15 anos. Sua presença no conclave é motivo de orgulho e esperança para toda a Igreja carioca. Mas não podemos esquecer o marco representado por Dom Paulo Cezar Costa. Ele é sinal de uma Igreja viva que nasce nos rincões do estado, cresce nas casas de formação, se fortalece nas paróquias e chega com vigor às grandes decisões da fé. Sua participação na eleição do novo Papa é histórica e deve ser celebrada com gratidão e oração.

Os sete cardeais brasileiros eleitores no conclave de 2025 são:
  • Dom Odilo Pedro, Cardeal Scherer, arcebispo de São Paulo
  • Dom Sérgio, Cardeal da Rocha, arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil
  • Dom Leonardo Ulrich, Cardeal Steiner, arcebispo de Manaus
  • Dom Jaime, Cardeal Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB
  • Dom João Braz, Cardeal de Aviz, prefeito emérito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada
  • Dom Orani João, Cardeal Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro
  • Dom Paulo Cezar, Cardeal Costa, arcebispo de Brasília

 

Saiba quem é Dom Paulo Cezar Costa

Dom Paulo nasceu em 20 de julho de 1967, em Valença (RJ). É filho de Geraldo Manuel da Costa Amaral e Maria Alice Miranda Amaral. Ordenado sacerdote em 1992, serviu como vigário e pároco em diversas cidades do estado. Estudou Filosofia em Petrópolis, Teologia no Rio de Janeiro e completou mestrado e doutorado em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana. Foi reitor do Seminário Diocesano São Paulo VI, em Nova Iguaçu, professor da PUC-Rio e do Seminário São José, além de coordenador do Departamento de Teologia da PUC-Rio.

Foi nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro em 2010, bispo de São Carlos em 2016 e arcebispo de Brasília em 2020. Criado cardeal pelo Papa Francisco em 2022, Dom Paulo também atua em instâncias da CNBB, do CELAM e da Santa Sé. Em suas palavras:

“Não vou de mãos vazias, levo minha experiência de fé e vida em Valença, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro e em São Carlos. Mas principalmente, vou levando aquilo que de mais precioso possuo: Jesus Cristo”.

 

Conclave para eleger o novo Papa começa em 7 de maio

abril 30, 2025 / no comments

Conclave para eleger o novo Papa começa em 7 de maio

“Extra omnes”. A histórica fórmula em latim que marca o início do fechamento à chave da Capela Sistina será pronunciada pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias na próxima quarta-feira, 7 de maio. Esse é o dia de início do Conclave. A data foi definida na manhã desta segunda-feira (28/04) pelos cerca de 180 cardeais presentes (pouco mais de 100 eleitores) reunidos na quinta Congregação Geral no Vaticano.

“Extra omnes”, portanto. “Fora todos” aqueles que não são admitidos na reunião dos cardeais convocados para eleger o próximo Pontífice da Igreja universal. Os purpurados eleitores, com menos de 80 anos de idade, ficarão isolados do resto do mundo dentro da Capela Sistina até a fumaça branca e o “Habemus Papam”, a outra famosa fórmula latina pronunciada da Loggia delle Benedizioni pelo cardeal protodiácono para anunciar ao mundo a escolha do novo Papa.

Não há previsão de conclusão, naturalmente, e entre os próprios cardeais eleitores há aqueles que esperam um Conclave curto, considerando também o Jubileu em andamento, e aqueles que, ao contrário, preveem tempos mais longos para permitir que os cardeais “se conheçam melhor”, tendo Francisco, em seus 10 Consistórios, agregado ao Colégio Cardinalício purpurados de todos os cantos do globo.

As normas da Universi Dominici Gregis

O cronograma para o início do Conclave é estabelecido pelas normas da constituição apostólica de João Paulo II, Universi Dominici Gregis, atualizada por Bento XVI com o Motu Proprio de 11 de junho de 2007 e com a mais recente de 22 de fevereiro de 2013. De acordo com a Constituição, o Conclave – do latim cum clave, que significa fechado à chave – começa entre o 15º e o 20º dia após a morte do Papa, depois dos Novendiali, os 9 dias de celebrações em sufrágio do Pontífice falecido. Mais detalhadamente, a partir do momento em que a Sé Apostólica é legitimamente vacante, os cardeais eleitores presentes devem esperar 15 dias completos pelos ausentes, até um máximo de 20 dias, se houver motivos sérios. O Motu Proprio Normas nonnullas, além disso, dá ao Colégio de Cardeais a faculdade de antecipar o início do Conclave se todos os eleitores estiverem presentes.

Cardeais das partes mais distantes do mundo ainda são esperados em Roma nestes dias. Na Cidade Eterna, eles serão hospedados na Casa Santa Marta, a Domus do Vaticano onde Francisco decidiu morar, renunciando ao apartamento papal.

A missa “pro eligendo Pontifice” e a procissão para a Sistina

Na manhã da quarta-feira, 7 de maio, todos concelebrarão a solene missa “pro eligendo Pontifice”, a celebração eucarística presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, que convidará os irmãos a se dirigirem à Sistina à tarde com estas palavras: “toda a Igreja, unida a nós na oração, invoca constantemente a graça do Espírito Santo, para que seja eleito por nós um digno Pastor de todo o rebanho de Cristo”.

Dali, então, a evocativa procissão até a Capela Sistina, dentro da qual os cardeais entoarão o hino Veni, creator Spiritus e farão o juramento. Será necessária uma maioria qualificada de dois terços para eleger o Papa. Haverá quatro votações por dia, duas pela manhã e duas à tarde, e após a 33ª ou 34ª votação, no entanto, haverá um segundo turno direto e obrigatório entre os dois cardeais que receberam mais votos na última votação. Mesmo nesse caso, no entanto, sempre será necessária uma maioria de dois terços. Os dois cardeais restantes não poderão participar ativamente da votação. Se os votos para um candidato atingirem dois terços dos eleitores, a eleição do Papa será canonicamente válida.

A eleição do novo Papa

Nesse momento, o último da ordem dos Cardeais diáconos convoca o mestre das Celebrações Litúrgicas e o secretário do Colégio Cardinalício. Ao recém-eleito será questionado: Acceptasne electionem de te canonice factam in Summum Pontificem? (Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice?) e, em caso afirmativo, será perguntado: Quo nomine vis vocari? (Como quer ser chamado?), pergunta à qual responderá com seu nome pontifício. Após a aceitação, as cédulas são queimadas, de modo que a clássica fumaça branca poderá ser vista da Praça de São Pedro. No final do Conclave, o novo Pontífice se retira para a “Sala das Lágrimas”, ou seja, a sacristia da Capela Sistina, onde vestirá pela primeira vez os paramentos papais – preparados em três tamanhos – com os quais se apresentará à multidão de fiéis na Praça São Pedro.

Após a oração pelo novo Pontífice e a homenagem dos cardeais, o Te Deum é entoado, marcando o fim do Conclave. Em seguida, o anúncio da eleição, o Habemus papam e a aparição do Papa que dará a solene bênção Urbi et Orbi.

 

 

Fonte: Vatican News