Combate ao Trabalho Escravo: Realidades e Desafios no Estado do Rio de Janeiro

janeiro 28, 2024 / no comments

Combate ao Trabalho Escravo: Realidades e Desafios no Estado do Rio de Janeiro

 

 

Hoje, 28 de janeiro, marca o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, uma data crucial para refletir sobre a persistência desse grave problema no Brasil. O programa educacional “Escravo, nem pensar!”, da ONG Repórter Brasil, revela números alarmantes, utilizando dados do Ministério do Trabalho e Emprego e que foram sistematizados pela ONG e pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

No período de 1995 a 2022, o estado do Rio de Janeiro figura em 10º lugar no ranking nacional, com 1.746 trabalhadores escravizados em 90 casos. Os municípios mais afetados são a capital fluminense, com 44 casos, e Campos dos Goytacazes, com 11. Surpreendentemente, a maioria dos resgatados estava envolvida em atividades econômicas na zona rural, com destaque para a produção de cana-de-açúcar, abrangendo 61,8% do total. Nas áreas urbanas, a construção civil (12%) e o setor de serviços, como restaurantes e lanchonetes, também apresentam registros preocupantes.

Um dado que chama a atenção é a relação entre trabalho escravo e migração. No Rio de Janeiro, muitas vítimas são migrantes internacionais, principalmente da China, aliciados por parentes e conhecidos em suas cidades de origem. Ao chegarem ao Brasil, esses trabalhadores se veem presos em uma rede complexa de dependência com seus empregadores.

A Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrada nesta semana, visa jogar luz sobre essa realidade e mobilizar a sociedade para exigir sua erradicação. A data foi instituída em 2009 em homenagem a Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, que perderam a vida durante uma inspeção para apurar denúncias de trabalho escravo em Unaí (MG) em 28 de janeiro de 2004, episódio conhecido como Chacina de Unaí.

O código penal destaca que o trabalho escravo moderno não apenas viola o princípio da liberdade, mas também afeta as condições de dignidade humana. Trabalho forçado, jornada exaustiva, condições degradantes e servidão por dívida são elementos que caracterizam uma situação análoga à escravidão. A persistência dessas condições no Brasil ressalta a importância da Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo como um marco crucial na luta contra essa prática desumana. Além de homenagear fiscais do trabalho que perderam a vida cumprindo seu dever, a semana amplia a visibilidade do tema, colocando-o na agenda da sociedade e dos órgãos públicos para a completa eliminação do trabalho escravo contemporâneo.

Igreja Católica no Rio de Janeiro realiza lançamento da 6º Semana Social Brasileira

setembro 25, 2020 / no comments

Igreja Católica no Rio de Janeiro realiza lançamento da 6º Semana Social Brasileira

Na próxima sexta-feira, 2 de outubro, as Dioceses que compõem o Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançarão por meio de uma atividade online no Facebook e YouTube, a 6ª Semana Social Brasileira (6ª SSB).

Essa edição apresenta a proposta de mobilizações com o tema central: Mutirão pela Vida: por Terra, Teto e Trabalho. Uma inspiração a partir dos três “T”, que foram gestados no 1º Encontro Mundial dos Movimentos Populares com o Papa Francisco, em outubro de 2014, em Roma. No discurso Francisco convocou: “Digamos juntos, de coração: nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá”.

Para Dom José Reginaldo Adrietta, bispo de Jales (SP) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora, a 6ª SSB assume o compromisso com novos valores e novas formas de convivência entre os seres humanos e com todos os seres da Terra. O contexto para motivar a sua realização tem aspectos da realidade social, econômica e política do Brasil, que desafiam a sociedade brasileira a dialogar, aprender, avaliar, questionar, sugerir soluções, participar dos processos que definem o futuro do país e, sobretudo, fortalecer as formas de organização popular na luta por direitos essenciais negligenciados. “A questão da moradia, do teto, está na reflexão central da Semana Social Brasileira porque, em primeiro lugar, é um problema fundamental na sociedade brasileira. Não seremos autenticamente democráticos se não tivermos esse direito garantido a todos e todas”.

 O evento de lançamento promovido pela Igreja no Rio de Janeiro será transmitido pelas Redes Sociais das Dioceses e do Regional Leste 1 – CNBB no Facebook e YouTube a partir dás 20 horas e terá a presença dos membros da Presidência da entidade e a assessoria de Dom Roberto Ferrería Paz, bispo de Campos dos Goytacazes. Também participarão do encontro online o Sr. Tobias Tomines, o Padre Alcindo Martins Milena e Dom Luciano Bergamin, bispo emérito de Nova Iguaçu.

Você poderá assistir o evento em www.cnbbleste1.org.br/6ssb

Assista o vídeo de convocação para o Lançamento da 6ª Semana Social Brasileira