Igreja no Brasil dá início à Campanha para a Evangelização 2023 neste domingo

novembro 25, 2023 / no comments

Igreja no Brasil dá início à Campanha para a Evangelização 2023 neste domingo

Neste domingo, dia em que celebramos a Solenidade de Cristo Rei, além de encerrar o Ano Vocacional e celebrar o Dia dos Leigos na Igreja no Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e as dioceses brasileiras darão início à Campanha para a Evangelização 2023, com o tema: “Em Belém, casa do pão, Deus nos faz irmãos”.  A Campanha propõe a celebração dos 800 anos de criação por São Francisco de Assis do presépio, Admirável Sinal, e estimulará as famílias e comunidades católicas do país a montarem e a compartilharem fotos usando a hashtag: #presepioemcasa.

Clique na imagem e faça o download do Cartaz da Campanha.

Este ano, o tema escolhido foi “Em Belém, casa do Pão, Deus nos faz irmãos”. O tema foi inspirado na canção de frei Fabretti e de José Thomaz Filho, que diz: “Deus nos espera em Belém. Sabe da fome que temos. Vamos à casa do pão. Lá nosso irmão nós veremos”.

O Secretário-Geral da CNBB, enfatiza que a Campanha para a Evangelização deste ano é uma ponte que conduz da Campanha da Fraternidade 2023, sobre a fome, à Campanha da Fraternidade 2024, sobre a amizade social. Ele recorda também que o cartaz faz memória dos 800 anos de criação do presépio por São Francisco de Assis e convida a caminhar rumo a Belém.

“O cartaz nos recorda os 800 anos do presépio e nos convida a caminhar rumo a Belém, que é caminhar no seguimento de Jesus, que ali nasce. Ele é o Verbo que se fez carne, saciando a fome mais profunda do ser humano e fazendo-nos todos irmãos e irmãs”, aponta.

 Conheça o vídeo de apresentação da Campanha para a Evangelização 2023:

 

Oração em família

Para ajudar os fiéis na compreensão da Campanha para a Evangelização e do tema proposto para este ano, foram elaborados quatro folhetos de Encontro para ser feitos em família. Ao final de cada encontro, a família deve conversar sobre como fará a montagem do presépio em sua casa e à medida que as semanas se passam vão dialogando sobre esse processo. Também a cada encontro a família poderá apontar a câmera do celular para o QR Code no folheto onde poderá assistir a um vídeo com um dos membros da presidência da CNBB e compartilhar em suas redes sociais.

Baixe os folhetos aqui

 

A campanha

O coordenador do Setor de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul Hansen, reforça que a Campanha para a Evangelização foi criada pelos bispos do Brasil em 1998. “Ela busca mobilizar os católicos para assumirem a corresponsabilidade na sustentação das atividades evangelizadoras da Igreja no Brasil”, disse.

Muitas iniciativas foram realizadas graças a essa coparticipação dos fiéis. São exemplos, o apoio em todo o trabalho feito da tradução brasileira da 3ª edição típica do Missal Romano, o Estudo nº 114 da CNBB, publicado em 2021: “E a palavra habitou entre nós” (Jo 1,14) – Animação bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias” e o “Celebrar em Família”, subsídio ofertado pela Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB.

A distribuição dos recursos arrecadados na Coleta do 3º Domingo do Advento é feita da seguinte forma:

  • 45% ficam na própria diocese, para subsidiar a ação missionária, evangelizadora e pastoral da própria Igreja Local.
  • 20% são destinados ao respectivo Regional da CNBB para a sua sustentação e de suas estruturas de evangelização e formação. No nosso caso, o Regional Leste 1.
  • 35% são enviados à sede nacional da CNBB, em Brasília, de forma a garantir iniciativas e estruturas evangelizadoras em todo o Brasil, especialmente nas regiões mais carentes.

Montar presépios

dezembro 15, 2019 / no comments

 

Recordo-me, no primeiro Natal que passei em Salvador, recém-chegado como bispo auxiliar à Sé Primacial do Brasil, a prefeitura da cidade havia assumido uma ideia do arcebispo de colocar, numa das vias principais, a “Avenida Paralela”, um enorme presépio, com personagens bem expressivos. Os transeuntes logo se davam conta daquela realidade diferente e nova que se erguia em plena avenida, movimentadíssima pelo vai e vem dos veículos. Não demorou muito para que virasse atração da capital baiana, naqueles poucos dias de preparação para o Natal e depois da festa também. Lembro-me de ver várias famílias, com seus filhos pequenos, passeando por entre as imagens, como se fossem um personagem a mais.

O presépio, de alguma forma, tem a graça de introduzir as pessoas no acontecimento extraordinário do nascimento do Filho de Deus entre nós. Com muita facilidade nos sentimos bem à vontade ao reunirmos as distintas figuras que compõem o cenário do nascimento de Jesus em Belém.

Recentemente, o Papa Francisco, ofereceu-nos uma bela Carta Apostólica, com o título de “Admirável sinal” (Admirabile signum, em latim – AS), precisamente sobre este símbolo que é um dos mais tocantes desse tempo. Com ela quis o Papa “apoiar a tradição bonita das nossas famílias prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças” (AS, n. 1).

De fato, tenho reparado que ultimamente, embora ainda de forma tímida, o número de presépios tem crescido. Por esses dias, deparei-me com um bem expressivo num dos shoppings da cidade. A reação das pessoas é quase sempre a mesma, deter-se para contemplar a cena, introduzir-se no contexto, convidar as crianças a tomarem parte. Não acabamos de nos acostumar com a maravilha do amor de Deus que manifesta sua presença em meio à simplicidade da vida da família, à pobreza e à indiferença dos seres humanos.

O presépio nos ajuda a resgatar o verdadeiro sentido do Natal e a superar a tendência consumista que tende a reduzi-lo simplesmente à festa do trocar presentes. O Natal é a festa de Deus presente, Deus conosco, Deus feito homem na fragilidade de uma criança nascida em condições de extrema pobreza.

Na Carta acima mencionada, o Papa manifestava o seu desejo de “que esta prática nunca desapareça; mais ainda, espero que a mesma, onde porventura tenha caído em desuso, se possa redescobrir e revitalizar” (Ibidem).

Não se trata simplesmente de uma necessidade da memória, mas da tradução de uma mensagem que alcança a humanidade inteira em todas as circunstâncias tão variáveis da história. Montar o presépio “ajuda a imaginar as várias cenas, estimula os afetos, convida a sentir-nos envolvidos na história da salvação, contemporâneos daquele evento que se torna vivo e atual nos mais variados contextos históricos e culturais”(AS, n. 3). Não importam de que são feitas as figuras. Por esses dias, numa visita ao DEGASE, deparei-me com um presépio muito expressivo, de origami, sobre uma cartolina, preso à parede. Bastou aquela singela representação para que os bons sentimentos natalinos estivessem presentes.

Que ao montar o presépio, acolhamos de Jesus o “apelo para O seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz, e […] ainda a encontrá-Lo e servi-Lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados” (Ibidem).

 

Artigo de Dom Gilson Andrade da Silva, bispo de Nova Iguaçu (RJ) e Vice-presidente do Regional Leste 1 – CNBB.