Mais de meio milhão de peregrinos já passaram pela Porta Santa da Basílica de São Pedro

janeiro 23, 2025 / no comments

Mais de meio milhão de peregrinos já passaram pela Porta Santa da Basílica de São Pedro

 

O Dicastério para a Evangelização divulgou um comunicado, no último dia 07 de janeiro,  informando que até aquele momento, 545 mil peregrinos de várias partes do mundo haviam passado pela Porta Santa da Basílica de São Pedro, em apenas duas semanas após o inicio do Ano Santo e nestes primeiros dias de 2025.

Uma grande cruz de madeira abre a procissão e atrás dela pequenos ou grandes grupos de oração são canalizados primeiro para o “corredor” criado especificamente na Via della Conciliazione e depois para outro semelhante instalado na Praça São Pedro, ambos controlados por jovens voluntários, usando blusão verde claro, alinhados no percurso que leva à Porta Santa da Basílica Vaticana.

 

Fisichella: início muito significativo

“Este é um começo muito significativo, com uma grande participação das pessoas”, disse o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, dom Rino Fisichella, responsável pela organização do Jubileu.

“Os grupos que lotam a Via della Conciliazione estão dando um testemunho importante, e isso é também um sinal da grande percepção de segurança e proteção que os peregrinos experimentam na cidade de Roma e nas proximidades das quatro Basílicas Papais”, disse ele.

Segurança e gestão do luxo

O comunicado dos organizadores do Ano Santo destaca a “estreita colaboração da Santa Sé e do Dicastério com as forças de segurança italianas e do Vaticano” e fala do esperado “aumento constante da afluência de peregrinos”. As “dificuldades iniciais na gestão dos fluxos”, observa dom Fisichella, precisam “ser avaliadas ao longo do tempo, mas o Dicastério trabalha incansavelmente para garantir que os peregrinos sejam acolhidos e tenham uma experiência que corresponda às suas expectativas”.

Reservar com antecedência

Estão em andamento no mundo os preparativos para chegar a Roma nos próximos meses, com muitas crianças, jovens, adultos e idosos que já entraram no clima jubilar com as celebrações de abertura do Ano Santo, que se realizaram em todas as dioceses em 29 de dezembro de 2024.

A partir de 5 de janeiro, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Paulo Fora dos Muros, os fiéis podem passar por todas as quatro Portas Santas das Basílicas Papais Romanas: além da de São Paulo, também a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, São João de Latrão, e Santa Maria Maior.

Para fazer a sua peregrinação às Portas Santas, dadas as longas filas de fiéis, é necessário reservar com antecedência no site do Jubileu, iubilaeum2025.va. O grande desejo de participar do Jubileu também foi visível nas milhares de pessoas que lotaram as quatro Basílicas papais nos dias das celebrações de abertura das Portas Santas, muitas vezes enchendo também as praças em frente a elas.

O primeiro grande evento do Ano Santo será o Jubileu do mundo da Comunicação, de 24 a 26 de janeiro. Para a ocasião, são esperados em Roma milhares de jornalistas, especialistas e trabalhadores da comunicação de todo o mundo.

Fonte: Vatican News

“A esperança não decepciona”, é o título da Bula de Proclamação do Jubileu 2025 entregue às igrejas dos 5 continentes

maio 10, 2024 / no comments

“A esperança não decepciona”, é o título da Bula de Proclamação do Jubileu 2025 entregue às igrejas dos 5 continentes

 

 

É a esperança que o Papa invoca como dom no Jubileu 2025 para um mundo marcado pelo conflito de armas, morte, destruição, ódio contra o próximo, fome, “dívida ecológica” e baixa taxa de natalidade. A esperança é o bálsamo que Francisco quer derramar sobre as feridas de uma humanidade oprimida pela “brutalidade da violência” ou que se encontra nas garras de um crescimento exponencial da pobreza.

“Spes non confundit“, a esperança não decepciona, é o título da Bula de proclamação do Jubileu Ordinário entregue na tarde de hoje, 9 de maio, pelo Papa às Igrejas dos cinco continentes durante as primeiras Vésperas da Solenidade da Ascensão. A Bula, dividida em 25 pontos, contém súplicas, propostas, apelos em favor dos presos, dos doentes, dos idosos, dos pobres, dos jovens, e anuncia as novidades de um Ano Santo que terá como tema “Peregrinos de esperança”.

Uma data comum para a Páscoa

No documento, o Papa Francisco recorda dois importantes aniversários: a celebração em 2033 dos dois mil anos da Redenção e os 1700 anos do primeiro grande Concílio Ecumênico de Nicéia, que entre outros temas tratou também da definição da data da Páscoa. Ainda hoje, “posições diferentes” impedem a celebração no mesmo dia do “o evento fundante da fé”, ressalta, lembrando que, no entanto, “por uma circunstância providencial, isso acontecerá precisamente no ano de 2025” (17).

“Seja isto um apelo a todos os cristãos do Oriente e do Ocidente para darem resolutamente um passo rumo à unidade em torno duma data comum para a Páscoa.”

A abertura da Porta Santa

Em meio a essas “grandes etapas”, o Papa estabelece que a Porta Santa da Basílica de São Pedro será aberta em 24 de dezembro de 2024. No domingo seguinte, 29 de dezembro, o Pontífice abrirá a Porta Santa da Basílica de São João de Latrão; em 1º de janeiro de 2025, Solenidade de Maria Mãe de Deus, a de Santa Maria Maior e, em 5 de janeiro, a Porta Santa de São Paulo Fora dos Muros. As três Portas serão fechadas no domingo, 28 de dezembro do mesmo ano. O Jubileu terminará com o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro em 6 de janeiro de 2026.

Sinais dos tempos

Francisco espera que “o primeiro sinal de esperança” do Jubileu “se traduza em paz para o mundo, mais uma vez imerso na tragédia da guerra”.

“Esquecida dos dramas do passado, a humanidade encontra-se de novo submetida a uma difícil prova que vê muitas populações oprimidas pela brutalidade da violência. Faltará ainda a esses povos algo que não tenham já sofrido? Como é possível que o seu desesperado grito de ajuda não impulsione os responsáveis das Nações a querer pôr fim aos demasiados conflitos regionais, cientes das consequências que daí podem derivar a nível mundial? Será excessivo sonhar que as armas se calem e deixem de difundir destruição e morte?”

Apelo em favor da natalidade

Com preocupação, o Papa Francisco observa a “queda na taxa de natalidade” que está sendo registrada em vários países e por vários motivos: “dos ritmos frenéticos de vida”, “dos receios face ao futuro”, “da falta de garantias de emprego e de adequada proteção social” e “de modelos sociais ditados mais pela procura do lucro do que pelo cuidado das relações humanas”. Para o Pontífice, há uma “necessidade urgente” de “apoio convicto” dos fiéis e da sociedade civil ao “desejo” dos jovens de gerar novas crianças, para que o futuro possa ser “marcado pelo sorriso de tantos meninos e meninas que, em muitas partes do mundo, venham encher os demasiados berços vazios”.

Para os presidiários, respeito e condições dignas

Na sequência, Francisco pede “sinais tangíveis de esperança” para os presos. Propõe aos governos “formas de amnistia ou de perdão da pena”, bem como “percursos de reinserção na comunidade”. Acima de tudo, o Papa pede “condições dignas para quem está recluso, respeito pelos direitos humanos e sobretudo a abolição da pena de morte”. (10) Para oferecer aos prisioneiros um sinal concreto de proximidade, o próprio Pontífice abrirá uma Porta Santa em uma prisão.

Esperança para os doentes e incentivo para os jovens

Sinais de esperança também devem ser oferecidos aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital: “O cuidado para com eles é um hino à dignidade humana”. (11) A esperança também é necessária para os jovens que, com tanta frequência, “veem desmoronar-se os seus sonhos”.

“A ilusão das drogas, o risco da transgressão e a busca do efêmero criam nos jovens, mais do que nos outros, confusão e escondem-lhes a beleza e o sentido da vida, fazendo-os escorregar para abismos escuros e impelindo-os a gestos autodestrutivos.” (12)

Sinais de esperança em relação aos migrantes

Mais uma vez o Papa pede que as expectativas dos migrantes “não sejam frustradas por preconceitos e isolamentos”.

“A tantos exilados, deslocados e refugiados que, por acontecimentos internacionais controversos, são forçados a fugir para evitar guerras, violência e discriminação, sejam garantidos a segurança e o acesso ao trabalho e à instrução, instrumentos necessários para a sua inserção no novo contexto social.” (13)

O número de pobres no mundo é escandaloso

Francisco não se esquece, na Bula, dos muitos idosos que “experimentam a solidão e o sentimento de abandono” (14). Também não se esquece dos “bilhões” de pobres que “falta o necessário para viver” e “sofrem a exclusão e a indiferença de muitos”. “É escandaloso”, de acordo com Francisco, que os pobres constituam a maioria da população de um mundo “dotado de enormes recursos destinados em grande parte para armas”. (15) Em seguida, pede ” que seja generoso quem possui riquezas”, e renova seu apelo para a criação de “um Fundo Global para acabar de vez com a fome” com o dinheiro proveniente de gastos militares. (16)

O perdão das dívidas dos países pobres

Outro convite sincero é dirigido às nações mais ricas para que “reconheçam a gravidade de muitas decisões tomadas e estabeleçam o perdão das dívidas dos países que nunca poderão pagá-las”. “É uma questão de justiça”, escreve o Papa Francisco, “agravada hoje por uma nova forma de desigualdade”, como a “dívida ecológica”, especialmente entre o Norte e o Sul.

O testemunho dos mártires

Na Bula do Jubileu, o Papa convida a olhar para o testemunho dos mártires, pertencentes às diversas tradições cristãs, e expressa o desejo de que durante o Ano Santo esteja presente o aspecto ecumênico. “Estes mártires, pertencentes às diferentes tradições cristãs, são também sementes de unidade, porque exprimem o ecumenismo do sangue. Durante o Jubileu desejo ardentemente que não falte uma celebração ecumênica para evidenciar a riqueza do testemunho destes Mártires.”

A importância da Confissão

Francisco também se refere ao sacramento da Penitência e anuncia a continuação do serviço dos Missionários da Misericórdia, estabelecido durante o Jubileu extraordinário. Aos bispos, pede que os enviem a lugares onde “a esperança está posta a dura prova, como nas prisões, nos hospitais e nos lugares onde a dignidade da pessoa é espezinhada, nas situações mais desfavorecidas e nos contextos de maior degradação, para que ninguém fique privado da possibilidade de receber o perdão e a consolação de Deus”. (23)

O convite às Igrejas Orientais e aos ortodoxos

O Papa dirige “um convite especial” aos fiéis das Igrejas Orientais que “tanto sofreram, muitas vezes até à morte, pela sua fidelidade a Cristo e à Igreja”. Esses irmãos devem se sentir “particularmente bem-vindos a Roma, que também é Mãe para eles e conserva tantas memórias da sua presença”. O acolhimento também para os irmãos e irmãs ortodoxos que já estão vivendo “a peregrinação da Via-Sacra, sendo muitas vezes obrigados a deixar as suas terras de origem, as suas terras santas, donde a violência e a instabilidade os expulsam rumo a países mais seguros”.

Oração nos santuários marianos

Francisco também convida os “peregrinos que vierem a Roma” a rezar nos santuários marianos da cidade para invocar a proteção de Maria, de modo a “experimentar a proximidade da mais afetuosa das mães, que nunca abandona os seus filhos”.

Fonte: CNBB