Idosos recebem visita de integrantes de missionários da Pastoral Familiar durante a pandemia em Campos (RJ)
Quando a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões, integrantes da Pastoral Familiar promoveram uma visita aos idosos que estão afastados das atividades religiosas devido à pandemia. “Uma pastoral que fica simplesmente fazendo cursinhos e não vai ao encontro das pessoas, é uma pastoral que terá muitas dificuldades”, afirmou Dom Roberto.
O mês de outubro é reconhecido como o mês das missões, já começa com a comemoração de Santa Teresinha do Menino Jesus, reconhecida como a padroeira das missões. Durante o mês também comemoramos o dia de Nossa Senhora Aparecida, a mulher que falava pouco e dizia com o silêncio do coração. Firmes com a atitude do missionário que é ter mansidão e fazer o anúncio da Boa Nova, integrantes da Pastoral Familiar da Paróquia São Gonçalo, no distrito de Goitacazes, na cidade de Campos/RJ, promoveram neste domingo (24/10), quando a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões, um dia diferente na vida de idosos, que devido à pandemia estão afastados da frequência das atividades religiosas. A data para o início dos trabalhos tem ligação direta com a missão que os Integrantes do Setor de Casos Especiais irão desempenhar.
Para a realização das visitas eles se dividiram em grupos, e caminharam pelas ruas do distrito para levar momentos de partilha e espiritualidade. De acordo com Neide Sardinha, uma das integrantes, foi um momento emocionante. “A gente sai em missão para levar aos nossos irmãos o próprio Cristo, o calor humano, partilha e saímos para doar e nós que recebemos. O olhar de cada pessoa, que não tem visita de nenhum familiar, alegria de nossa chegada, querendo que a gente entrasse na residência”, afirmou Neide, que há 6 meses ficou viúva, após o esposo Lenilson Gomes, falecer vítima da covid-19. “Nós saímos para doar e recebemos. Um grande mistério dessa missão que Deus nos confia. É muito mais gratificante para quem doa, do que quem recebe a doação”, afirmou a integrante da equipe missionária.
A fé concreta, insistente e corajosa de Bartimeu nos foi apresentada como exemplo pelo Papa Francisco, ao refletir no Angelus deste 30º Domingo do Tempo Comum sobre a narrativa apresentada no Evangelho de Marcos (Mc 10, 46-52). Para o Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco Ferrerìa Paz, um dos documentos mais importantes do pontificado de Francisco foi a Amoris Laetitia. No qual o Papa explicou que o amor constrói a família, o casal e por isso, a importância da Igreja de ensinar a amar e testemunhar o amor. “Especialmente com aqueles casais afastados, que não conseguiram manter o vínculo inicial, e agora tem outro, ou ainda estão numa união de fato, que precisa ser reconsiderada. Ter delicadeza, acolhida especialmente uma atitude de misericórdia. Não no sentido depreciativo, mas no sentido de ternura, que faz o possível para trazer de volta, para restaurar. E para colocar na casa da Mãe, porque Igreja é mãe. Então tudo isso nos parece muito importante para que uma Pastoral Familiar tenha sucesso. Uma pastoral que fica simplesmente fazendo cursinhos e não vai ao encontro das pessoas, é uma pastoral que terá muitas dificuldades”, afirmou Dom Roberto.
Neste ano de 2021, “Jesus Cristo é missão” foi o tema escolhido para o mês missionário, cuja inspiração bíblica é “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20). Atual diretor espiritual da Pastoral Familiar na paróquia, o diácono permanente Leandro Lúcio, enfatiza que toda a equipe tem desempenhado um trabalho missionário de visita aos idosos, uma visita breve mantendo os cuidados sanitários, mas levando a esses idosos e seus familiares o carinho, atenção, o anúncio da palavra e principalmente a convicção de que são amados por Deus e pelos irmãos. “O trabalho da pastoral também tem se destacado nos acolhimentos, orientações catequéticas aos casais de noivos, nas realizações das cerimônias matrimoniais, nas quais se destacam os casamentos comunitários e legitimações matrimoniais. Dessa forma entendo e destaco a importância de evidenciar a família, como igreja doméstica, santuário da vida e, portanto, a família como formadora de valores humanos e cristãos”, mencionou o diácono.
O novo contexto da pandemia que se estende de forma prolongada, evidenciou e ampliou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que tantos já padeciam. Ao longo deste período a Paróquia tem seguido os princípios do padroeiro, o Beato Gonçalo do Amarante, reconhecido como um construtor de pontes. Durante a vida, Gonçalo ergueu várias pontes, uma delas contou com a ajuda do povo e pela via de milagres. Ele fazia mover as maiores pedras e convocava os peixes para alimentar os trabalhadores. “Embora não tenha o título de santo, mas pela forte devoção dos portugueses, São Gonçalo nos ensinou a construir pontes de amor, solidariedade, partilha. Nesse momento de pandemia, tem sido essencial o trabalho das pastorais como a Familiar, Social e da Pascom, para que possamos levar a palavra, mas também o peixe. Que São Gonçalo, nosso padroeiro, que passou a vida construindo pontes, seja o modelo da Missão que é construir laços de esperança, espiritualidade na vida dos paroquianos”, declarou o atual pároco Pe. Antônio Marcello Ribeiro dos Santos.
Dentro da programação do mês missionário, foi realizado na Igreja Matriz, na noite do último sábado (23/10), o casamento comunitário. A celebração contou com a participação de três casais, que foram preparados ao longo do ano para a legitimação da união conjugal. De acordo com o casal responsável pela preparação Lídia dos Santos e Itamir Pacheco, foram muitos desafios, mas em um período ainda de pandemia, foi gratificante a perseverança dos casais na preparação.
A Pastoral Familiar tem sido implementada no território da Diocese de Campos, que está dividido em dois vicariatos, 10 foranias, 66 paróquias e 792 capelas, distribuídas em 17 cidades das regiões norte e noroeste fluminense. A Pastoral possui três ‘sub-setores’, conforme os campos distintos de sua atuação: pré-matrimonial, pós-matrimonial e casos especiais. Sendo que o último cuida de situação específicas como famílias de migrantes; presos, fugitivos, exilados, pescadores, caminhoneiros; famílias dos sem-teto e sem-terra; famílias incompletas; famílias com pessoas com alguma deficiência; famílias de alcoólatras ou de dependentes químicos; famílias afastadas da paróquia; anciãos abandonados pela família; mães e pais solteiros; viúvos e viúvas. Em todas essas variadas situações, nunca se descuide da oração, fonte de luz, de força e alimento da esperança cristã.
Colaboração: Ruan Sousa / ASCOM Diocese de Campos dos Goytacazes