Bispos enviam mensagem para as Eleições 2020

outubro 16, 2020 / no comments

Bispos enviam mensagem para as Eleições 2020

Inspirados na imagem do Bom Samaritano e nos ensinamentos do Papa Francisco que nos diz “a política é uma sublime vocação,  é  uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum”, os bispos do Estado do Rio de Janeiro divulgam mensagem ao povo fluminense com o intuito de oferecer alguns elementos que possibilitem a reflexão  madura sobre o exercício consciente da sua responsabilidade cristã e cidadã na construção do bem comum. Abaixo você tem o vídeo da Mensagem e o texto na íntegra.

 


 

MENSAGEM DOS BISPOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PARA AS ELEIÇÕES 2020

A proximidade das eleições municipais 2020 e o cenário atual de pandemia no Brasil são um convite para que os fiéis católicos e todas as pessoas de boa vontade façam uma reflexão madura sobre o exercício consciente da sua responsabilidade cristã e cidadã na construção do bem comum.

Como Pastores do povo que nos foi confiado por Jesus Cristo, nós, os Arcebispos e Bispos católicos do Estado do Rio de Janeiro, Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, desejamos oferecer alguns elementos para esta reflexão.

Inspira-nos a imagem bíblica do Bom Samaritano (Lc 10) que, superando a indiferença diante da dor alheia e estendendo a mão para ajudar, faz da caridade a força que devolve a esperança. A Doutrina Social da Igreja ensina que “a política é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 205).

Um olhar samaritano ao atual momento histórico, faz-nos perceber a sua gravidade e não pode nos deixar indiferentes. A pandemia do novo coronavirus acelerou processos de crises morais, socioeconômicas, políticas e culturais já existentes. Por outro lado, despertou também a consciência solidária de que estamos todos juntos, “no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar” (Papa Francisco, 27 de março de 2020). A solidariedade faz surgir esperança onde a insegurança das respostas oferece medo.

Este contexto exige atitudes políticas novas, capazes de repensar o serviço à cidade com modalidades mais eficientes, priorizando políticas públicas que defendam a vida na sua totalidade (família, saúde, educação, moradia, segurança, ambiente, etc.). A capacidade de estabelecer diálogo, a superação das polarizações, a união das diversas forças e o combate à corrupção fazem parte de atitudes políticas urgentes e que candidatos e eleitores devem considerar.

A Igreja católica não faz política partidária, não tem candidatos, mas considera como parte de sua missão orientar as consciências à luz da coerência com os valores que tornam uma sociedade mais humana. Como cristãos e cidadãos temos o compromisso e a responsabilidade de cooperar para o bem de toda a sociedade. O voto consciente é um instrumento importante para mudanças políticas e sociais significativas.

Procure informar-se, através de fontes seguras, sobre o candidato em que você pretende votar e se suas propostas correspondem à realidade. Considere o seu compromisso com os reais interesses da cidade, especialmente para com os mais pobres e vulneráveis. Não vote em quem troca votos por favores, nem em candidatos condenados pela Justiça por atos de improbidade administrativa. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste caso, o instrumento iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha suja.

Lembremo-nos de que as eleições municipais têm relevância particular, pois vivemos na cidade e nela são aplicadas as políticas públicas que têm mais impacto no contexto do bem comum. A escolha dos prefeitos e vereadores pode ser determinante para processos de superação de desigualdade social e melhor qualidade de vida para todos.

Não se esqueça de que o compromisso com a vida social se exerce de forma privilegiada na hora de votar. Valorize o seu voto!

Para um melhor exercício da cidadania na sociedade democrática é conveniente que nossa atuação se prolongue após as eleições, no acompanhamento dos eleitos, através dos instrumentos que já existem para isso, e que é preciso conhecê-los. O intuito é não só o de fiscalizar, mas também de colaborar positivamente no desenvolvimento das necessárias políticas públicas que garantam os direitos do cidadão.

A política democrática não é luta pela defesa de interesses particulares nem ideológicos, mas serviço e promoção do bem comum, incentivo do desenvolvimento pessoal e solidário das pessoas e dos povos, promoção da justiça e defesa da liberdade.

O conhecimento e aprofundamento da Doutrina Social da Igreja neste tempo poderá fomentar a participação mais consciente e eficaz dos leigos na vida pública.

Deus abençoe e ilumine a todos, eleitores e candidatos, nas eleições municipais deste ano, para o bem do povo!

 

DOM JOSÉ FRANCISCO REZENDE DIAS

Arcebispo Metropolitano de Niterói (RJ)
Presidente do Regional Leste 1 – CNBB

DOM GILSON ANDRADE DA SILVA

Bispo de Nova Iguaçu (RJ)
Vice-presidente do Regional Leste 1 – CNBB

DOM TARCISIO NASCENTES DOS SANTOS

Bispo de Duque de Caxias (RJ)
Secretário do Regional Leste 1 – CNBB

 

 

Mensagem dos Bispos do Estado do Rio de Janeiro para as Eleições 2020

agosto 5, 2020 / no comments

Mensagem dos Bispos do Estado do Rio de Janeiro para as Eleições 2020

A proximidade das eleições municipais 2020 e o cenário atual de pandemia no Brasil são um convite para que os fiéis católicos e todas as pessoas de boa vontade façam uma reflexão madura sobre o exercício consciente da sua responsabilidade cristã e cidadã na construção do bem comum.

Como Pastores do povo que nos foi confiado por Jesus Cristo, nós, os Arcebispos e Bispos católicos do Estado do Rio de Janeiro, Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, desejamos oferecer alguns elementos para esta reflexão.

Inspira-nos a imagem bíblica do Bom Samaritano (Lc 10) que, superando a indiferença diante da dor alheia e estendendo a mão para ajudar, faz da caridade a força que devolve a esperança. A Doutrina Social da Igreja ensina que “a política é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum” (Papa Francisco, EvangeliiGaudium, 205).

Um olhar samaritano ao atual momento histórico, faz-nos perceber a sua gravidade e não pode nos deixar indiferentes. A pandemia do novo coronavirus acelerou processos de crises morais, socioeconômicas, políticas e culturais já existentes. Por outro lado, despertou também a consciência solidária de que estamos todos juntos, “no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar” (Papa Francisco, 27 de março de 2020). A solidariedade faz surgir esperança onde a insegurança das respostas oferece medo.

Este contexto exige atitudes políticas novas, capazes de repensar o serviço à cidade com modalidades mais eficientes, priorizando políticas públicas que defendam a vida na sua totalidade (família, saúde, educação, moradia, segurança, ambiente, etc.). A capacidade de estabelecer diálogo, a superação das polarizações, a união das diversas forças e o combate à corrupção fazem parte de atitudes políticas urgentes e que candidatos e eleitores devem considerar.

A Igreja católica não faz política partidária, não tem candidatos, mas considera como parte de sua missão orientar as consciências à luz da coerência com os valores que tornam uma sociedade mais humana. Como cristãos e cidadãos temos o compromisso e a responsabilidade de cooperar para o bem de toda a sociedade. O voto consciente é um instrumento importante para mudanças políticas e sociais significativas.

Procure informar-se, através de fontes seguras, sobre o candidato em que você pretende votar e se suas propostas correspondem à realidade. Considere o seu compromisso com os reais interesses da cidade, especialmente para com os mais pobres e vulneráveis. Não vote em quem troca votos por favores, nem em candidatos condenados pela Justiça por atos de improbidade administrativa. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste caso, o instrumento iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha suja.

Lembremo-nos de que as eleições municipais têm relevância particular, pois vivemos na cidade e nela são aplicadas as políticas públicas que têm mais impacto no contexto do bem comum. A escolha dos prefeitos e vereadores pode ser determinante para processos de superação de desigualdade social e melhor qualidade de vida para todos.

Não se esqueça de que o compromisso com a vida social se exerce de forma privilegiada na hora de votar. Valorize o seu voto!

Para um melhor exercício da cidadania na sociedade democrática é conveniente que nossa atuação se prolongue após as eleições, no acompanhamento dos eleitos, através dos instrumentos que já existem para isso, e que é preciso conhecê-los. O intuito é não só o de fiscalizar, mas também de colaborar positivamente no desenvolvimento das necessárias políticas públicas que garantam os direitos do cidadão.

A política democrática não é luta pela defesa de interesses particulares nem ideológicos, mas serviço e promoção do bem comum, incentivo do desenvolvimento pessoal e solidário das pessoas e dos povos, promoção da justiça e defesa da liberdade.

O conhecimento e aprofundamento da Doutrina Social da Igreja neste tempo poderá fomentar a participação mais consciente e eficaz dos leigos na vida pública.

Deus abençoe e ilumine a todos, eleitores e candidatos, nas eleições municipais deste ano, para o bem do povo!

 

Dom José Francisco Rezende Dias

Arcebispo Metropolitano de Niterói
Presidente do Regional Leste 1 – CNBB

Dom Gilson Andrade da Silva

Bispo de Nova Iguaçu
Vice-presidente do Regional Leste 1 – CNBB

Dom Tarcisio Nascentes dos Santos

Bispo de Duque de Caxias
Secretário do Regional Leste 1 – CNBB