Participe do I Seminário de Bens Culturais e Artes Sacras da Diocese de Duque de Caxias

agosto 28, 2024 / no comments

Participe do I Seminário de Bens Culturais e Artes Sacras da Diocese de Duque de Caxias

Estamos nos preparando para a realização do I Seminário de Bens Culturais e Artes Sacras da Diocese de Duque de Caxias, um evento que visa aprofundar os estudos sobre a história e o patrimônio material e imaterial da nossa região e entorno da Baía de Guanabara. Este seminário será uma oportunidade única de reunir a comunidade acadêmica e demais interessados para discutir e ampliar nossos horizontes de pesquisa.

Convidamos você a participar deste importante evento, que busca integrar a comunidade local com o mundo acadêmico, fortalecendo a divulgação da história e da memória patrimonial de nossa região. O seminário é especialmente relevante, considerando a estratégica conexão entre nossa área e o polo central do Rio de Janeiro, além de sua articulação com a história nacional e mundial.

Local: Casa de Formação São Francisco
Endereço: Rua Benjamin da Rocha Júnior, 6, São Bento, Duque de Caxias, RJ, CEP: 25.045-010
Telefone: (+55 21) 98523-5888

Para saber mais sobre a programação do seminário e realizar sua inscrição, acesse a matéria completa no site da Diocese de Duque de Caxias, clicando aqui. Não perca essa oportunidade de contribuir para a preservação e valorização do nosso patrimônio cultural e sacro!

Furtada há 47 anos, imagem histórica de Rei Davi é recuperada pela Diocese de Duque de Caxias

setembro 21, 2021 / no comments

Furtada há 47 anos, imagem histórica de Rei Davi é recuperada pela Diocese de Duque de Caxias

Assim como na literatura bíblica, as imagens sacras do Rei Davi e de sua amada Betsabéia, mãe do Rei Salomão, passaram por maus momentos. Furtadas da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar em 1974, as esculturas seguiram destinos diferentes e ficaram desaparecidas por mais de quatro décadas até serem localizadas em acervos de colecionadores.

A primeira escultura recuperada foi a da a rainha consorte de Israel – Betsabá – esposa do rei Davi e mãe do rei Salomão. Agora foi a vez da imagem do Rei Davi. Ambas as obras foram executadas na primeira metade do Século XVIII e possuem características do barroco joanino, em madeira policromada e douramento, com cerca de 1,20m de altura. Juntas, essas imagens formam um conjunto escultórico pertencente ao altar-mor da igreja histórica localizada no bairro Pilar em Duque de Caxias (RJ).

Dom Tarcisio (centro) com os membros da Comissão Diocesana para os Bens Culturais e a escultura recuperada.

Características da imagem sacra

Elaine Gusmão, especialista em História da Arte e membro da Comissão para os Bens Culturais e Patrimônio Histórico da Diocese de Duque de Caxias, é quem nos conta sobre as especificidades dessas obras. “O estilo barroco é caracterizado pela grandiosidade, teatralidade e representações visuais das imagens, que nasceu para atuar como instrumento de afirmação e persuasão da fé cristã. As imagens auxiliavam na catequização dos fiéis, que não tinham acesso aos textos da Bíblia. A transcendência estética das obras fortalecia os ensinamentos religiosos através do encantamento dos devotos com a beleza artística. A imagem foi confeccionada em “escorzo”, que é a alteração intencional das proporções anatômicas, técnica utilizada pelos artistas para corrigir a perspectiva, uma vez que seriam vistas de longe e de baixo para cima.”

Alta-mor com as imagens recuperadas em destaque

Simbolismo

A especialista nos conta ainda que “a iconografia do conjunto escultórico representa a passagem da Bíblia presente em 2 Samuel 11,2-5:  “Uma tarde Davi levantou-se da cama e foi passear pelo terraço do palácio. Do terraço viu uma mulher muito bonita tomando banho, e mandou alguém procurar saber quem era ela. Disseram-lhe: ‘É Betsabá, filha de Eliã e mulher de Urias, o hitita’. Davi mandou que a trouxessem, e se deitou com ela, que havia acabado de se purificar da impureza da sua menstruação. Depois, voltou para casa. A mulher engravidou e mandou um recado a Davi, dizendo que estava grávida”.

Buscas, identificação e retorno

O rastreamento e localização das imagens sacras furtadas dos nossos templos, principalmente da Igreja do Pilar, fazem parte de um esforço permanente da Diocese de Duque de Caxias, em conjunto com o Ministério Público, e que envolve ainda, os esforços da Polícia Federal e do Poder Judiciário. No caso específico da imagem do Rei Davi, foram feitas houve buscas em leilões de arte, livros de arte e catálogos. A escultura foi identificada, em 2015, no livro “O Aleijadinho: Catálogo Geral da Obra: Inventário das Coleções Públicas e Particulares”, obra de autoria de Márcio Jardim, Herbert Sardinha Pinto e Marcelo Coimbra, lançado em 2011. A imagem encontrava-se em uma coleção particular no Estado de São Paulo.

Igreja do Pilar

Um dos primeiros bens tombados do país, em 1938, apenas um ano após a criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar foi construída no início do século XVIII nas margens do antigo porto do Pilar do Iguaçu, sendo a sede religiosa de uma das freguesias mais ricas da região durante o ciclo do ouro, pois situava-se num dos caminhos para as Minas, porém com a abertura de uma nova estrada que fazia cumpria o mesmo trajeto de maneira mais célere fora abandonado, levando a freguesia à decadência.

De rara beleza e ornada em ouro, a igreja histórica passou por muitos furtos, tendo grande parte do seu acervo saqueado, entre os quais a imagem de Nossa Senhora do Pilar, padroeira diocesana, que ainda encontra-se desaparecida.

Fachada da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar em restauração.

Atualmente o templo encontra-se em processo de restauração para a realização do reforço da infraestrutura, descupinização, recuperação dos bens móveis integrados e a conservação dos elementos artísticos. Inicialmente com previsão de entrega para dezembro de 2020, devido a pandemia da COVID-19, foi necessária uma readequação no prazo de conclusão das obras. Mas em breve os fiéis poderão voltar a participar das missas e celebrações no templo fechado há 7 anos.

 

Colaboração: Comissão para os Bens Culturais e Artes Sacras e Assessoria de Comunicação da Diocese de Duque de Caxias