Vídeo do Papa: O melhor remédio para curar a dor de uma família ferida é o perdão

março 7, 2025 / no comments

Vídeo do Papa: O melhor remédio para curar a dor de uma família ferida é o perdão

 

 

O Papa Francisco dedica a sua intenção de oração para o mês de março às famílias em crise: um tema cada vez mais importante na sociedade atual, na qual, em muitos países, o número de separações e divórcios ultrapassa o de casamentos. Na videomensagem que a divulga, realizada pela sua Rede Mundial de Oração, o Pontífice pede que se reze “para que as famílias divididas encontrem no perdão a cura das suas feridas, redescobrindo até nas suas diferenças as riquezas de cada um”.

A família perfeita não existe

Portas a bater, gritos em casa diante dos filhos, discussões agrestes entre pais e filhos, conflitos entre irmãos e irmãs: O Vídeo do Papa, que acompanha as palavras de Francisco, mostra cenas da vida quotidiana que quase todos nós conhecemos de perto. De facto, todas as famílias têm as suas tristezas e alegrias, os seus momentos de crise: “Todos sonhamos com uma família linda, perfeita. Mas não existem famílias perfeitas”, afirma o Pontífice.

Com frequência, os conflitos têm a sua origem nas diferenças entre os membros da família. Por isso, importa saber respeitar e valorizar cada um, com a certeza de que todos têm algum contributo a dar para a união da família.

Francisco afirma também que, quando os conflitos provocam feridas profundas, “o melhor remédio para curar a dor de uma família ferida é o perdão”. Ao dar aos outros uma nova oportunidade, como Deus faz connosco, “o perdão renova a família, permite olhar para o futuro com esperança”. Mesmo nos casos em que não é possível recuperar a união familiar, quando – nas palavras do Papa – “não é possível o ‘final feliz’ que gostaríamos”, o perdão liberta da tristeza e do ressentimento.

No entanto, como explica o Papa Francisco na sua Exortação Apostólica Amoris laetitia, “a experiência mostra que, com uma ajuda adequada e com a ação de reconciliação da graça, uma grande percentagem de crises matrimoniais é superada de forma satisfatória. Saber perdoar e sentir-se perdoado é uma experiência fundamental na vida familiar”. Quando se ultrapassa uma crise aprende-se “a ser feliz de maneira nova, a partir das possibilidades que abre uma nova etapa”.

Cinco conselhos para viver em família

Comentando o vídeo deste mês, o Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, P. Cristóbal Fones, SJ, apresenta algumas atitudes que podem ajudar na vida quotidiana das famílias: “Em primeiro lugar, temos de aceitar as diferenças entre as pessoas, considerando-as como uma oportunidade para enriquecer a relação familiar. A família unida é formada por pessoas diferentes que se amam, se respeitam e procuram aprender umas com as outras. Em segundo lugar, e em relação estreita com o anterior, outra atitude fundamental é valorizar o outro, reconhecendo a sua riqueza e os seus dons”.

Neste sentido, importa tentar não julgar as pessoas: “Não podemos esperar que sejam perfeitas, ou que o seu amor seja perfeito, para as valorizar. Como diz o Papa Francisco, a outra pessoa ama-me como é e como pode, com os seus limites e os seus defeitos; no entanto, isso não significa que o seu amor não seja verdadeiro”.

Compreender a própria debilidade e a dos outros leva à atitude mais importante na família: pedir perdão e perdoar quando é necessário. “Podemos aprender com a humildade e a misericórdia do Senhor – continua o P. Fones. Quando um membro da família nos causa uma ferida profunda, pode ser difícil perdoar-lhe, porque as feridas familiares costumam ser as mais dolorosas. Por isso é bom ter sempre presente que Jesus nos perdoou primeiro, como nos recorda com frequência o Papa Francisco”.

O Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa termina esta reflexão sobre as atitudes para a vida quotidiana referindo-se ao acompanhamento: “A comunidade cristã pode e deve ser um lugar de acolhimento, diálogo, oração e acompanhamento, onde as famílias encontrem esperança e ajuda para a reconciliação num momento de necessidade, sem se sentirem julgadas. O modelo que devemos seguir é sempre a misericórdia que o Senhor tem para conosco”.

A indulgência do Jubileu 2025

No contexto do Ano Santo de 2025, vale a pena recordar que uma das condições necessárias para obter as indulgências concedidas por ocasião do Jubileu é rezar pelas intenções do Sumo Pontífice. O Vídeo do Papa apresenta e difunde, precisamente, estas intenções.

Assista “O Vídeo do Papa” de março na íntegra:

Caminhemos juntos na esperança: Mensagem do Papa para a Quaresma

fevereiro 26, 2025 / no comments

Caminhemos juntos na esperança: Mensagem do Papa para a Quaresma

 

 

Foi divulgada, nesta terça-feira (25/02), a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2025 intitulada “Caminhemos juntos na esperança”. Na mensagem para a Quaresma deste ano intitulada “Caminhemos juntos na esperança”, Francisco recorda que “caminhar juntos, ser sinodal, é esta a vocação da Igreja. Os cristãos são chamados a percorrer o caminho em conjunto, jamais como viajantes solitários. O Espírito Santo impele-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro de Deus e dos nossos irmãos, e nunca a fechar-nos em nós mesmos”.

Com o sinal penitencial das cinzas sobre as nossas cabeças, iniciamos na fé e na esperança a peregrinação anual da Santa Quaresma”, escreve Francisco, reiterando o convite da Igreja, mãe e mestra, a “preparar os nossos corações e a abrir-nos à graça de Deus para podermos celebrar com grande alegria o triunfo pascal de Cristo, o Senhor, sobre o pecado e a morte”. “Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é o centro da nossa fé e a garantia da nossa esperança na grande promessa do Pai, já realizada n’Ele, Seu Filho amado: a vida eterna”.

Acesse o texto da mensagem na íntegra (aqui)

Quaresma e a graça do Ano Jubilar

“Nesta Quaresma, enriquecida pela graça do Ano Jubilar”, o Papa oferece algumas reflexões sobre “o que significa caminhar juntos na esperança” e evidencia “os apelos à conversão que a misericórdia de Deus dirige a todos nós, enquanto indivíduos e comunidades”.

Em primeiro lugar, caminhar. “O lema do Jubileu – “Peregrinos de Esperança” – traz à mente a longa travessia do povo de Israel em direção à Terra Prometida, narrada no livro do Êxodo: a difícil passagem da escravidão para a liberdade, desejada e guiada pelo Senhor, que ama o seu povo e sempre lhe é fiel. Não podemos recordar o êxodo bíblico sem pensar em tantos irmãos e irmãs que, hoje, fogem de situações de miséria e violência e vão à procura de uma vida melhor para si e para seus entes queridos”.

De acordo com Francisco, “aqui, surge um primeiro apelo à conversão, porque todos nós somos peregrinos na vida, mas cada um pode perguntar-se: como me deixo interpelar por esta condição? Estou realmente a caminho ou estou paralisado, estático, com medo e sem esperança, acomodado na minha zona de conforto? Busco caminhos de libertação das situações de pecado e falta de dignidade? Seria um bom exercício quaresmal confrontar-nos com a realidade concreta de algum migrante ou peregrino e deixar que ela nos interpele, a fim de descobrir o que Deus pede de nós para sermos melhores viajantes rumo à casa do Pai. Esse é um bom “exame” para o viandante”.

Caminhar juntos é esta a vocação da Igreja

“Em segundo lugar, façamos esta viagem juntos. Caminhar juntos, ser sinodal, é esta a vocação da Igreja. Os cristãos são chamados a percorrer o caminho em conjunto, jamais como viajantes solitários. O Espírito Santo impele-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro de Deus e dos nossos irmãos, e nunca a fechar-nos em nós mesmos”, ressalta o Pontífice. “Caminhar juntos significa ser tecelões de unidade, partindo da nossa dignidade comum de filhos de Deus; significa caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído. Sigamos na mesma direção, rumo a uma única meta, ouvindo-nos uns aos outros com amor e paciência”, escreve o Papa no texto.

De acordo com Francisco, “nesta Quaresma, Deus nos pede que verifiquemos se nas nossas vidas e famílias, nos locais onde trabalhamos, nas comunidades paroquiais ou religiosas, somos capazes de caminhar com os outros, de ouvir, de vencer a tentação de nos entrincheirarmos na nossa autorreferencialidade e de olharmos apenas para as nossas próprias necessidades”.

O Papa nos convida a perguntar “diante do Senhor se somos capazes de trabalhar juntos a serviço do Reino de Deus, como bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos; se, com gestos concretos, temos uma atitude acolhedora em relação àqueles que se aproximam de nós e a quantos se encontram distantes; se fazemos com que as pessoas se sintam parte da comunidade ou se as mantemos à margem. Este é o segundo apelo: a conversão à sinodalidade”.

Rumo à vitória pascal

Em terceiro lugar, Francisco nos convida a fazer “este caminho juntos na esperança de uma promessa. A esperança que não engana, mensagem central do Jubileu, seja para nós o horizonte do caminho quaresmal rumo à vitória pascal. Como o Papa Bento XVI nos ensinou na Encíclica Spe salvi, «o ser humano necessita do amor incondicionado. Precisa daquela certeza que o faz exclamar: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”». Jesus, nosso amor e nossa esperança, ressuscitou e, vivo, reina glorioso. A morte foi transformada em vitória e aqui reside a fé e a grande esperança dos cristãos: na ressurreição de Cristo!”

“Eis o terceiro apelo à conversão: o da esperança, da confiança em Deus e na sua grande promessa, a vida eterna”, escreve o Papa, convidando a nos perguntar: “Estou convicto de que Deus me perdoa os pecados? Ou comporto-me como se me pudesse salvar sozinho? Aspiro à salvação e peço a ajuda de Deus para a receber? Vivo concretamente a esperança que me ajuda a ler os acontecimentos da história e me impele a um compromisso com a justiça, a fraternidade, o cuidado da casa comum, garantindo que ninguém seja deixado para trás?”

Francisco conclui a mensagem, afirmando que “graças ao amor de Deus em Jesus Cristo, somos conservados na esperança que não engana. A esperança é “a âncora da alma”, inabalável e segura. Nela, a Igreja reza para que «todos os homens sejam salvos» e anseia estar na glória do céu, unida a Cristo, seu esposo. Que a Virgem Maria, Mãe da Esperança, interceda por nós e nos acompanhe no caminho quaresmal”.

Fonte: VaticanNews