CNBB divulga nota sobre os ataques à Lei da Ficha Limpa no Congresso Nacional

março 18, 2025 / no comments

CNBB divulga nota sobre os ataques à Lei da Ficha Limpa no Congresso Nacional

 

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do seu Conselho Permanente, que encontra-se em reunião em Brasília, divulgou nesta terça-feira, 18/3, uma nota na qual demonstra perplexidade e indignação diante das propostas de mudanças da Lei da Ficha Limpa no Congresso Nacional.

O Senado pode votar, nesta terça-feira, o projeto de lei que altera a Lei Complementar nº 135 de 2010, mais conhecida como Lei da Ficha Limpa. A proposta, que muda regras da lei de iniciativa popular, já foi aprovada por deputados federais.

A proposta a ser votada determina, entre outras alterações na Lei, que políticos cassados e condenados não poderão se eleger por oito anos contados da condenação, prazo menor do que o previsto atualmente, que é contado a partir do final da pena ou da pena ou mandato.

O que diz a CNBB

A nota da CNBB reafirma que a Lei da Ficha Limpa é “uma das mais importantes conquistas democráticas da sociedade brasileira, um patrimônio do povo e importante conquista da ética na política”

A lei, segundo os membros do Conselho Permanente da CNBB, é fruto da mobilização de milhões de brasileiros e brasileiras convidados à participação por dezenas de organizações sociais e Igrejas, foi aprovada por unanimidade pelas duas Casas Legislativas em 2010. Conhecida em todo o país, representa um marco na luta contra a corrupção. O texto reforça um trecho da Fratelli Tutti, sobre a política: “É necessário uma política melhor, a política colocada ao serviço do verdadeiro bem comum” (Papa Francisco, Fratelli Tutti, n. 154).

Segundo o documento, as mudanças contidas nesses PLPs desfiguram os principais mecanismos de proteção da Lei da Ficha Limpa ao beneficiar especialmente aqueles condenados por crimes graves, cuja inelegibilidade poderá ser reduzida ou mesmo anulada antes do cumprimento total das penas.

“Além disso, as mudanças pretendidas isentam quem praticou os abusos de poder político e econômico, e enfraquecem o combate às práticas corruptas que comprometem a democracia brasileira”, afirma um trecho do documento.

Acesse a nota na íntegra:
Nota da CNBB sobre os ataques à Ficha Limpa

O papel da CNBB na aprovação da Lei

A Igreja Católica no Brasil, liderada pela CNBB e pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), desempenhou um papel fundamental na mobilização popular que coletou 90% das 1,6 milhão de assinaturas necessárias para propor a lei de iniciativa popular que resultou na Lei da Ficha Limpa. A lei foi aprovada em maio de 2010 por unanimidade no Senado Federal.

A lei proíbe que políticos condenados em decisões colegiadas de segunda instância possam se candidatar, mesmo que ainda exista possibilidade de recursos. Também torna inelegível por oito anos um candidato que tiver o mandato cassado ou renunciar para evitar a cassação.

Aprovada em 2010, a Lei da Ficha Limpa alterou a legislação de inelegibilidade, criada em 1990, estabelecendo regras mais rígidas para impedir que políticos condenados por crimes, como corrupção e abuso de poder, disputem as eleições. Atualmente, a lei prevê que políticos condenados fiquem inelegíveis por oito anos.

Fonte: CNBB

Morte de Irmã Dorothy Stang completa 20 anos

fevereiro 13, 2025 / no comments

Morte de Irmã Dorothy Stang completa 20 anos

 

Nesta quarta-feira, 12 de fevereiro, completaram-se 20 anos do assassinato de Irmã Dorothy Stang, missionária estadunidense, que dedicou sua vida à defesa dos trabalhadores rurais e da Amazônia. Sua morte, ocorrida em 2005, no município de Anapu (PA), tornou-se um símbolo da luta pela justiça socioambiental e pelo direito à terra.

Irmã Dorothy chegou ao Brasil em 1966, inicialmente no Maranhão, e posteriormente, em 1982, mudou-se para Anapu, no Xingu. Com um compromisso inabalável com os mais pobres, ela trabalhou incansavelmente para conscientizar as comunidades rurais sobre seus direitos e promover o acesso à terra para os trabalhadores. Seu trabalho entrou em choque com interesses de grandes latifúndios, tornando-a alvo de ameaças até o trágico avanço de sua trajetória.

A memória da religiosa continua viva, especialmente neste ano em que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe, por meio da Campanha da Fraternidade, o tema “Fraternidade e Ecologia Integral” , com o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31) .  Irmã Dorothy é reconhecida como Mártir da Ecologia Integral , por sua incansável dedicação à preservação da floresta e à dignidade dos povos da região.

Os desafios enfrentados por Irmã Dorothy ainda persistem. A Amazônia segue marcada por conflitos agrários, avanço do agronegócio, garimpos ilegais e ameaças aos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais. No entanto, a sua luta inspira novas gerações a resistirem às injustiças e a continuarem na defesa da vida e da Casa Comum.