“Todos são corresponsáveis na missão da Igreja”, é a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de outubro

outubro 4, 2024 / no comments

“Todos são corresponsáveis na missão da Igreja”, é a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de outubro

 

“Por uma missão comum” é a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de outubro. O Santo Padre diz na mensagem de vídeo que “todos os cristãos somos responsáveis pela missão da Igreja. Todos os sacerdotes. Todos”.

Em seu discurso pelo 50º aniversário do Sínodo dos Bispos, o Papa Francisco afirmou que “a sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do Terceiro Milênio”. Este enfoque requer uma escuta mútua e uma colaboração estreita entre todos os membros da Igreja.

Os sacerdotes não somos os chefes dos leigos, somos seus pastores. Jesus nos chamou a uns e a outros. Não a uns acima dos outros, nem a uns de um lado e a outros de outro, mas sim em complementaridade. Somos comunidade. Por isso, devemos caminhar juntos percorrendo o caminho da sinodalidade.

Como sinal de sinodalidade está também a realização do vídeo que acompanha suas palavras: as imagens foram produzidas pela diocese de Brooklyn, com a ajuda de DeSales Media, a colaboração da Secretaria Geral do Sínodo, e com o apoio da Fundação da Rede Mundial de Oração do Papa.

Não importa se alguém é “condutor de ônibus” ou “camponesa” ou “pescador”, destaca o Papa Francisco na videomensagem, a missão é a mesma: “dar testemunho com nossas vidas. E sermos corresponsáveis na missão da Igreja”.

Assista ao vídeo:

Corresponsáveis na missão da Igreja

Os leigos, os batizados, são Igreja em sua própria casa, e devem cuidar dela. O mesmo que nós, os sacerdotes, os consagrados. Cada um oferecendo o melhor que sabe fazer. Somos corresponsáveis na missão, participamos e vivemos na comunhão da Igreja.

As imagens que acompanham a mensagem do Papa Francisco contam precisamente a riqueza do povo santo de Deus: os diversos ministros dentro e fora das paróquias, os distintos carismas, os momentos de vida em comum. A própria realização deste vídeo pela Diocese de Brooklyn, com a participação de um grupo de profissionais leigos da comunicação religiosa, é um exemplo de missão comum e solidária.

Rezemos para que a Igreja continue a apoiar de todas as formas um estilo de vida sinodal, como sinal de corresponsabilidade, promovendo a participação, a comunhão e a missão partilhada entre sacerdotes, religiosos e leigos.

Papa: rezemos pelo grito da Terra, que está com “febre e doente”

setembro 6, 2024 / no comments

Papa: rezemos pelo grito da Terra, que está com “febre e doente”

 

A intenção de oração do Papa Francisco para setembro é pelo grito da Terra, que “tem febre e está doente, como qualquer doente”. É um forte apelo para “fazer frente às crises ambientais provocadas pelo homem” e enquadra-se no chamado Tempo da Criação, época do ano em que a Igreja tradicionalmente se mobiliza para refletir sobre o cuidado da casa comum.

Na sua vídeo-mensagem, que a Rede Mundial de Oração do Papa realizou este mês com o apoio do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Francisco pregunta-se se “ouvimos” o grito da Terra, a dor de milhões de vítimas de catástrofes ambientais, e pede à humanidade “respostas não só ecológicas, mas também sociais, económicas e políticas”.

O Homem e a criação

Furacões, incêndios, maremotos, secas, degelo dos glaciares: o grito da Terra, narrado em O Vídeo do Papa de setembro, ouve-se cada vez mais. As imagens que acompanham as palavras do Papa Francisco mostram os efeitos da crise climática nos seres humanos: pessoas que fogem das catástrofes ambientais, aumento da emigração devido aos efeitos do clima e crianças obrigadas a viajar dezenas de quilómetros à procura de um pouco de água. “Os que mais sofrem com as consequências destes desastres – denuncia Francisco – são os pobres, os que são obrigados a abandonar as suas casas devido a inundações, vagas de calor ou secas”.

As preocupações do Papa são confirmadas por estudos fidedignos: segundo o Fórum Económico Mundial, os países com rendimentos menores produzem um décimo das emissões, mas são os mais afetados pelas alterações climáticas. Estima-se que, até 2050, as alterações climáticas descontroladas obrigarão mais de 200 milhões de pessoas a migrar dentro dos seus próprios países, empurrando ao mesmo tempo 130 milhões de pessoas para a pobreza.

A luta contra a pobreza e a proteção da natureza são, para Francisco, dois caminhos paralelos, que devem ser seguidos da mesma forma: “alterando os nossos hábitos pessoais e os da nossa comunidade”. O homem, vítima da crise ambiental, pode, por isso, ser também o arquiteto da mudança, e as imagens de O Vídeo do Papa demonstram-no: da gestão dos resíduos à mobilidade, passando pela agricultura e pela própria política, há muito que fazer e tudo depende de nós. Porque o destino do homem e o destino da criação – como reiterou o Papa Francisco no seu Pontificado, primeiro com a encíclica Laudato si’ (2015) e depois com a exortação apostólica Laudate Deum (2023) – não podem ser separados.

Espera e age com a Criação

Estas reflexões estão também em sintonia com a mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação 2024, cujo tema deste ano é uma reflexão teológica inspirada na Carta aos Romanos: “Espera e age com a criação”. “A salvaguarda da criação não é apenas uma questão ética, mas é eminentemente teológica: na realidade, diz respeito ao entrelaçamento entre o mistério do homem e o mistério de Deus”, reflete o Papa na sua mensagem e acrescenta: “Nesta história, não está em jogo apenas a vida terrena do homem, está sobretudo em jogo o seu destino na eternidade”.

O Tempo da Criação – uma iniciativa do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral que promove a celebração da vida e a proteção da criação de Deus – terá início no próximo dia 1 de setembro e terminará no dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia.

Foi precisamente o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral que colaborou no Vídeo do Papa deste mês. O seu Prefeito, o Cardeal Michael Czerny, diz: “A criação geme. O seu sofrimento é causado pelo homem, originalmente guardião e agora dominador, que ‘arrogantemente coloca a Terra numa condição desonrosa, isto é, privada da graça de Deus’. Contudo, na sua Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, o Santo Padre convida-nos, como cristãos, a esperar e a agir com a Criação, o que poderíamos traduzir como viver na Fé. Trata-se de escutar o Espírito Santo, que é amor, não só para com o próximo, mas também para com a Criação, que é obra de Deus e, por isso, está interligada com o homem. Só libertando a Terra da condição de escravidão a que a submetemos, seremos também livres, antecipando a alegria da salvação em Cristo. ”

Escutar o grito da criação

O Padre Frédéric Fornos S.J., Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, reflete: “A Terra grita. Juntamente com o grito da terra, ouvimos também o grito das vítimas das calamidades ambientais e das alterações climáticas, cujo impacto afeta de forma mais aguda e direta os países com menos recursos. Não viremos a cabeça, não sejamos indiferentes. Não viremos a cabeça, não sejamos indiferentes. Dêmos nomes e rostos às calamidades e aos dramas vividos em muitos países, recordando estes dois últimos anos: os imensos incêndios florestais no Canadá, que devastaram milhões de hectares e obrigaram milhares de pessoas a deixar as suas casas; os incêndios devastadores na Austrália, que mataram milhões de animais e destruíram habitats naturais; as inundações catastróficas no Paquistão, que submergiram um terço do país, provocando centenas de mortos e milhões de pessoas deslocadas; as inundações repentinas na Alemanha e na Bélgica, que ceifaram vidas e destruíram infraestruturas; a seca severa na Amazónia, ameaçando a biodiversidade única desta região; as ondas de calor extremo na Índia, que causaram centenas de mortes e condições de vida insustentáveis ​​para milhões de pessoas; os furacões devastadores nos Estados Unidos e nas Caraíbas, causando destruição maciça e perdas humanas. A Terra grita. A pandemia, como um comboio de alta velocidade obrigado a parar por um momento no meio do campo, poderia ter sido um momento para ouvir, para verificar se sabemos para onde vamos, para reorientar a nossa sociedade, a nossa vida, antes que seja tarde demais, para proteger a nossa casa comum…, mas tantos interesses nos cegam. O Papa Francisco convida-nos a rezar, porque só a oração pode despertar os nossos corações anestesiados. ”

Assista o “Vídeo do Papa” na íntegra:
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