Nosso coração aponta para a Amazônia

janeiro 21, 2021 / no comments

NOSSO CORAÇÃO APONTA PARA A AMAZÔNIA

Solidários ao povo amazonense que passa por uma grave crise sanitária e humanitária, bispos do Rio de Janeiro enviam doações ao Regional Norte 1 – CNBB

 

 

A situação de calamidade que o Estado do Amazonas vem enfrentando nos últimos dias devido à pandemia da COVID-19 mexeu com os brasileiros e brasileiras, e fez com que os olhos do mundo se voltassem para o Brasil. Em choque assistimos aos diversos relatos e imagens de hospitais lotados e pessoas morrendo pela falta de oxigênio. As redes denunciavam a incoerência da situação, uma vez que considerado o pulmão da humanidade, o Amazonas perecia pela falta de ar.

Também impactados pela situação dramática do povo manauara, os bispos do Estado do Rio de Janeiro, desde a última sexta-feira, 15 de janeiro, vem buscando realizar ações para ajudar de alguma forma a minimizar os impactos desse caos.

“Nós bispos temos acompanhado a situação e mantendo o contato com a presidência do Regional Norte 1 – CNBB, disponibilizando dentro das nossas limitações o apoio necessário. Dessa forma, alimentamos a comunhão entre os bispos e o nosso povo, enviando não somente essas doações, mas também nos dedicando firmemente nas orações por dias melhores, para que logo superem essa trágica situação”, disse Dom José Francisco, arcebispo de Niterói e presidente do Regional Leste 1 – CNBB.

A primeira ação ocorreu ao atendermos, com auxilio do Cardeal Orani Tempesta, o pedido do Diácono Francisco, secretário do Regional Norte 1, para viabilizar o envio de uma doação de 30 cilindros de oxigênio para os hospitais de Manaus que estava alocada no Rio de Janeiro, mas sem perspectiva de envio. Essa ação contou ainda com o apoio da Força Aérea Brasileira, por meio do capelão, o Padre Fábio e do Sargento Celestino, da Base Aérea do Galeão. Em seguida foram realizadas duas transferências no total de R$7.500,00 para a conta do Regional Norte 1 para que fossem utilizadas no apoio às vítimas da pandemia naquela região.

De forma conjunta, o Regional Leste 1 vem articulando com o Regional Sul 1 (São Paulo) e Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) doações para que seja feita uma compra de mais cilindros de oxigênio no Rio de Janeiro para serem enviados ao Amazonas.

Dom José Francisco convida os católicos do Regional a se manterem orantes pela situação no norte do Brasil e convida a todos à solidariedade. “Rogamos aos católicos das dioceses do Estado do Rio de Janeiro para que orem pela situação no Estado do Amazonas que vive essa grave crise sanitária e humanitária. E pedimos aos irmãos e irmãs que enviem doações ao povo amazonense por meio de depósito bancário para Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Norte 1 (AM – RR) / Banco Bradesco / Agência: 0320 / Conta Corrente: 054.104-4 / CNPJ: 33.685.686/0012-03”, disse o arcebispo.

 

Por Adielson Agrelos, Assessoria de Comunicação (Regional Leste 1 – CNBB)

EM SUA PRIMEIRA MENSAGEM DO ANO, PRESIDÊNCIA DA CNBB DEFENDE A VACINA PARA TODOS OS BRASILEIROS E A EQUIDADE NO SEU ACESSO

janeiro 6, 2021 / no comments

EM SUA PRIMEIRA MENSAGEM DO ANO, PRESIDÊNCIA DA CNBB DEFENDE A VACINA PARA TODOS OS BRASILEIROS E A EQUIDADE NO SEU ACESSO

 

Em sua primeira mensagem de 2021, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defende que a vacina contra a covid-19 é um direito de todos os brasileiros. A vacinação, de acordo com os bispos, é compreendida como fato social, não individual, para alcançar metas indicadas pelos epidemiologistas.

“É uma questão de responsabilidade a rápida definição de estratégias para se começar imediatamente a vacinação”, defende o documento.

Segundo a presidência da CNBB, é imprescindível que todos caminhem juntos, solidariamente, sem exclusões para a erradicação da covid-19 do mapa do Brasil. “Não se vence uma pandemia isoladamente”, reforçam os bispos. “O novo que buscamos neste ano de 2021 requer a união de todos os cidadãos de boa vontade”, afirmam.

As vidas perdidas, segundo o texto, não podem simplesmente compor quadros estatísticos. “É luto e dor no coração das famílias. São histórias interrompidas por uma ameaça ágil, perigosa e invisível, porém real”, defendem.

Os bispos também conclamam os fiéis a não se deixarem vencer pelo cansaço, pelas desinformações e a evitar as aglomerações. “Não podemos nos render à indiferença de alguns, negacionismos de outros ou à tentação de nos aglomerarmos, permitindo que nos contaminemos e nos tornemos instrumentos de contaminação, sofrimento e morte de outras pessoas”, aponta o documento.

Em outro trecho, a mensagem defende que a sociedade brasileira exige pronta união e atuação dos governantes, nas diferentes esferas do poder, guiados pela ciência e sérias indicações dos epidemiologistas, para que a vacinação comece urgentemente, pois, a cada dia, vidas são perdidas para a pandemia, agravada também por seus impactos econômico-sociais.

Confira, abaixo, a íntegra do documento. A íntegra da versão em formato pdf aqui:

 

UNIDOS E RESPONSÁVEIS RUMO AO NOVO QUE DESEJAMOS


“Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10)

 

1. O novo que buscamos neste ano de 2021 requer a união de todos os cidadãos de boa vontade para enfrentamento da covid-19. Os números mostram que a pandemia está se tornando mais grave no Brasil. Já são cerca de 200 mil mortos.

2. As vidas perdidas não podem simplesmente compor quadros estatísticos. É luto e dor no coração das famílias. São histórias interrompidas por uma ameaça ágil, perigosa e invisível, porém real.

3. Para erradicar a covid-19, é imprescindível que todos caminhem juntos, solidariamente, sem exclusões. É preciso reconhecer que o vírus não respeita fronteiras, classes sociais e qualquer outra forma de categorização que, com tanta frequência, fundamentam lamentáveis discriminações.

4. A palavra de ordem é, portanto, união. É preciso haver, cada vez mais, corresponsabilidade no enfrentamento deste desafio sanitário e social. Não se vence uma pandemia isoladamente. Cada pessoa deve cuidar de si e, principalmente, do outro, que é irmão e irmã, com profundo respeito ao distanciamento social e atenção aos protocolos sanitários indicados pelas autoridades em saúde.

5. Não podemos nos render à indiferença de alguns, negacionismos de outros ou à tentação de nos aglomerarmos, permitindo que nos contaminemos e nos tornemos instrumentos de contaminação, sofrimento e morte de outras pessoas. Não deixemos que o cansaço e a desinformação nos levem a atitudes irresponsáveis. Sejamos fortes! Permaneçamos firmes!

6. A vacina seja para todos. É uma questão de responsabilidade a rápida definição de estratégias para se começar imediatamente a vacinação, compreendida como fato social, não individual, para alcançar metas indicadas pelos epidemiologistas.

7. Justiça, solidariedade e inclusão são os principais critérios a serem seguidos no enfrentamento desta pandemia. Cada instituição e segmento da sociedade têm graves responsabilidades neste processo. Por isso, a Igreja Católica assume seu compromisso de colaborar como força educativa e solidária rumo a um novo estilo de vida.

8. A sociedade brasileira exige pronta união e atuação dos governantes, nas diferentes esferas do poder, guiados pela ciência e sérias indicações dos epidemiologistas, para que a vacinação comece urgentemente, pois, a cada dia, vidas são perdidas para a pandemia, agravada também por seus impactos econômico-sociais.

9. Especial atenção seja dedicada aos mais vulneráveis e pobres. É inaceitável e pouco inteligente que a vacina chegue mais rapidamente a alguns, deixando a descoberto a maior parte da população.

10. O Papa Francisco, na Carta Encíclica Fratelli Tutti, ensina que a palavra solidariedade expressa muito mais do que gestos esporádicos. “A solidariedade, no seu sentido mais profundo, é uma forma de fazer história” (Carta Encíclica Fratelli Tutti, n. 116). A humanidade está adoecida pela pandemia e só encontrará a cura se caminhar unida, adotando a solidariedade como princípio que orienta as relações, para que todos tenham a oportunidade de se vacinar, para que cada pessoa assuma a própria responsabilidade no cuidado com o seu semelhante e com a Casa Comum.

11. Deus, que nos fez livres e corresponsáveis pela obra da Criação, pelo cuidado uns dos outros, ajude-nos a aprender com as lições desta pandemia, para que possamos superá-la e avançarmos na construção de um mundo mais saudável, a partir da fraternidade e da solidariedade universal.

 

Brasília-DF, 6 de janeiro de 2021

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

 

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB