Dia da Pátria: Presidente da CNBB pede a brasileiros que não se deixem convencer por quem agride os Poderes Legislativo e Judiciário

setembro 6, 2021 / no comments

Dia da Pátria: Presidente da CNBB pede a brasileiros que não se deixem convencer por quem agride os Poderes Legislativo e Judiciário

 

 

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo divulgou nesta sexta-feira, 3 de setembro, um vídeo por ocasião do próximo Dia da Pátria, 7 de setembro. De acordo com o presidente da CNBB, a data deve inspirar em cada brasileiro o reconhecimento de que todos são irmãos, inclusive daqueles com quem não se concorda.

Essa verdade, segundo do Walmor, precisa ser contemplada e ajudar no reconfiguramento da interioridade de cada um frente a um contexto no qual o Brasil está sendo contaminado pela raiva e pela intolerância. De acordo com o arcebispo de Belo Horizonte, em nome de ideologias muitos dedicam-se à ofensas, chegando ao absurdo de defender o armamento da população.

“Quem se diz cristão ou cristã deve ser agente da Paz e a paz não se constrói com armas. Somos todos irmãos. Esta verdade é sublinhada pelo Papa Francisco na carta encíclica Fratelli Tutti”, disse.

Os ensinamentos da Fratelli Tutti, aponta dom Walmor, devem também inspirar cuidados com os que sofrem. “A fome é realidade de quase 20 milhões de brasileiros. Aquele pai que não tem alimento a oferecer para o próprio filho é seu irmão. Nosso irmão. Do mesmo modo, a criança e a mulher feridas pela miséria são suas irmãs, nossos irmãos e irmãs”, afirmou no vídeo.

De acordo com o presidente da CNBB, os católicos e cristãos não podem ficar indiferentes à realidade que mistura desemprego e alta inflação, num contexto agravado pela pandemia, situação que acentua as exclusões sociais. A saída, de acordo com o arcebispo, está na urgência em implementar políticas públicas para a retomada da economia e a inclusão dos mais pobres no mercado de trabalho.

Povos originários e a Casa Comum

Foto: Marina Silva/CIMI

O presidente da CNBB afirma que os olhares precisam voltar-se para os povos que estão mais sofrendo, como os indígenas, povos originários.

“Nossa pátria não começa com a colonização europeia. Nossas raízes estão nas matas e florestas, num sinal claro nos ensinando que a nossa relação com planeta deve ser pautada pela harmonia. Os povos indígenas, historicamente perseguidos e dizimados, enfrentam graves ameaças do poder econômico extrativista  e ganancioso que tudo faz para exaurir nossos recursos naturais”, disse.

O presidente da CNBB dedica um parte da mensagem ao cuidado com a Casa Comum (meio ambiente). Dom Walmor reforça o alerta dos cientistas brasileiros sobre a gradativa queda nos mananciais de água potável no Brasil. “A exploração desmedida e irracional do solo, com a derrubada de florestas, está levando à escassez de água em nossas torneiras. Não podemos deixar que o Brasil, reconhecimento internacionalmente por ser rico em recursos naturais, seja devastado e torne-se uma terra arrasada”, exortou.

Exercício da cidadania e superação da crise

Dom Walmor enalteceu a importância do dia 7 de Setembro como caminho para contribuir para o exercício qualificado da cidadania. Na mensagem, o arcebispo defende que a participação cidadã na política, reivindicando direitos, com liberdade, está diretamente relacionada com o fortalecimento das instituições que sustentam a Democracia.

“Não se deixe convencer por quem agride os poderes Legislativo e Judiciário. A existência de três poderes impede a existência de totalitarismos”, disse. Dom Walmor defende que não é possível aceitar, independentemente das convicções político-partidárias de cada um, agressões aos pilares que sustentam a democracia. Agredir, eliminar, hostilizar, ignorar ou excluir, segundo o arcebispo, são verbos que não combinam com um sistema democrático.

No próximo 7 de setembro, dom Walmor fez um pedido aos brasileiros: “respeite a vida e a de seu semelhante. (…) a intolerância nos distância da Justiça e da Paz e afasta-nos de Deus. Somos todos irmãos. No dia da Pátria, 7 de setembro, rezemos para que o Brasil encontre um caminho para superar as suas crises. Rezemos também pelas vítimas da Covid-19 “, reforçou.

Dom Walmor encerra o vídeo recordando o trecho de uma mensagem do Papa Francisco: “O bem não é conquista mas uma construção permanente, demandando a nossa dedicação a cada dia”.

 

Conheça a íntegra da mensagem no vídeo abaixo:

 

Editora da PUC-Rio lança E-book gratuito sobre o Padre Cícero, o patriarca do nordeste

julho 30, 2021 / no comments

EDITORA DA PUC RIO LANÇA E-BOOK GRATUITO SOBRE O PADRE CÍCERO, O PATRIARCA DO NORDESTE

 

 

A Editora da PUC Rio acaba de lançar o livro “Um padre e sua fé – Cícero, história e legado”, de 265 páginas em formato de e-book e impresso. A obra é resultado das reflexões do simpósio virtual Padre Cícero Romão Batista, realizado pelo Departamento de Teologia da  PUC-Rio, de 6 e 7 de outubro de 2020, a partir de um pedido do então bispo de Crato (CE), dom Gilberto Pastana de Oliveira, e também do arcebispo do Rio de Janeiro, o cardeal dom Orani Tempesta.

O simpósio reuniu pesquisadores do Brasil numa programação virtual temática, de conferências e conferencistas em torno de três eixos: a) Pe. Cícero e a espiritualidade; b) Pe. Cícero e os pobres; c) Pe. Cícero e a ecologia.

Padre Waldecir Gonzaga, um dos organizadores da publicação.
Foto: arquivo pessoal.

De acordo com o padre Waldecir Gonzaga, um dos organizadores da publicação, o livro apresenta uma reflexão sobre o legado do padre Cícero, situando-o no seu contexto histórico do final do século XIX e início do século XX e o que decorreu depois quanto à devoção, o carinho e o amor popular que o padre despertou.

“É importante registrar todo o calor humano, todo carinho e afeto do Nordeste e do Brasil por este grande homem que foi, permanece e continuará sendo o padre Cícero. O religioso foi indicado, em 2021, como o cearense do século XX e, em 2012, eleito um dos 100 maiores brasileiros de todos os tempos”, recorda.

O padre informa que as premissas do simpósio, que se refletem também na publicação, foram valorizar o caminho já percorrido de estudos e pesquisas dos fatos do Juazeiro; reavaliar e apreciar as várias dimensões que marcaram a ação do Padre Cícero; e analisar o contexto histórico à luz da reforma do catolicismo brasileiro do Nordeste do Brasil.

Sobre o padre, após a reflexão iniciada com o seminário e sistematizada na publicação, o organizador da obra é emblemático, o considerando como o Patriarca do Nordeste. “Padre Cícero protegeu os mais fragilizados, as crianças, os doentes, o caboclo da roça, aqueles que queriam permanecer e trabalhar na sua terra, um homem plenamente ecológico que ensinou os sertanejos a plantar e cuidar, a usar as plantas medicinais para melhorar a sua vida”, disse.

O organizador do livro recorda que o grande desejo dos brasileiros é ter o “padim Cícero” nos altares. “Nossa intenção primeira é refletir e ajudar a Igreja do Brasil, a própria CNBB e os nossos bispos a perceberem a grande figura deste homem, o “padim”, aquele que foi e permanece sendo a grande figura para todo o Nordeste”, disse.

De acordo com padre Waldecir, os milhares de romeiros não têm dúvida acerca da grandiosidade do padre Cícero e sobre a sua santidade. “É preciso que olhemos com carinho, inclusive as falhas, mas também que consigamos enxergar as virtudes, os ideais e  a santidade deste homem e possamos ajudar a refletir sobre esse desejo de que padre Cícero ocupe os altares de nossa Igreja”, defende.

E-book gratuito:

Caso alguém queira a publicação impressa é necessário entrar em contato pelo e-mail: waldecir@puc-rio.br. O e-book é gratuito. Para fazer o download, basta acessar o link aqui.