MORRE EM VOLTA RENDA, A IRMÃ ELIZABETH ALVES

março 28, 2019 / no comments

MORRE EM VOLTA REDONDA, A IRMÃ ELIZABETH ALVES

 

A região Sul Fluminense perdeu na madrugada desta quinta-feira, 28 de maio, uma de suas principais ativistas sociais. Aos 80 anos, irmã Elizabeth Alves fez a sua páscoa. Ela estava internada desde o último sábado em Volta Redonda, quando foi socorrida em Arrozal, distrito de Piraí, onde sofreu um infarto.

Vida doada pelos pequeninos

Irmã Elizabeth nasceu em Vitória, no Espírito Santo, e os 17 anos entrou para o convento das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora. Já morando na cidade do Rio de Janeiro, estudou teologia na Universidade Santa Úrsula. Nessa época era vigário da Igreja São Francisco Xavier, na Tijuca, Padre Waldyr Calheiros, que viria a ser bispo de Barra do Piraí – Volta Redonda. Foi justamente ele, já como bispo, que, em 1993, levou Elizabeth Alves e sua irmã Terezinha a Arrozal. Naquele ano, Piraí estava entre as 30 cidades do país com maiores taxas de morte materna e mortalidade infantil.

Inspiração divina

Graças ao trabalho das irmãs, em conjunto com a prefeitura, três anos depois a cidade já era considerada referência no Brasil no combate à morte de crianças por desnutrição. Em 1996, ela fundou a Casa da Criança e do Adolescente, com sede em Volta Redonda. O objetivo era complementar o trabalho da Pastoral da Criança criada por Zilda Arns. A religiosa contava sempre que esse fato tinha sido proveniente de uma inspiração divina.

“À frente do trabalho, irmã Elizabeth enfrentou difíceis casos de violência contra as crianças, mobilizou Igreja, poder público e a sociedade civil no atendimento de milhares de crianças em situação de vulnerabilidade. A diocese torna público todo o seu agradecimento pelo trabalho incansável da irmã Elizabeth que sempre demonstrou explicitamente sua preferência pelos pequenos, pobres e perseguidos, seguindo assim os ensinamentos do próprio Jesus”, disse dom Francisco Biasin, administrador apostólico da diocese.

Mulher de luta

Além de ser a responsável pela implantação da Pastoral da Criança em todo o território diocesano, que chegou a acompanhar 40 mil crianças. Depois foi para Quatis, ainda como distrito de Barra Mansa, onde participou de grandes conquistas junto com o povo, como a emancipação da cidade.

Sepultamento

O corpo de Irmã Elizabeth Alves está sendo velado na Capela Mortuária do Aterrado, em Volta Redonda, até às 15h30 desta quinta-feira e tem a chegada prevista à igreja São João Batista em Arrozal para às 16h30. Às 7 horas desta sexta-feira, 29 de março, será celebrada a Missa de corpo presente e o sepultamento está previsto para às 8 horas, no cemitério municipal da cidade.

 


 

 

NOTA DE PESAR À DIOCESE DE BARRA DO PIRAÍ – VOLTA REDONDA E À CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS SACRAMENTINAS DE NOSSA SENHORA

 

O Regional Leste 1 – CNBB se solidariza com os fieis da Diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda e a Congregação das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora pelo falecimento da Irmã Elizabeth Alves, expoente no combate à desnutrição materno-infantil no sul fluminense e fiel servidora do Reino de Deus.

Irmã Elizabeth tinha 80 anos e dedicou grande parte de sua vida em favor dos pequenos, contribuindo para que a cidade de Piraí deixasse de estar entre as principais cidades do país com as maiores taxas de morte materna e mortalidade infantil e se tornasse referência no combate a desnutrição nesse segmento. Responsável por implantar a Pastoral da Criança na Diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda a pedido de Dom Waldyr Calheiros, a pastoral chegou a acompanhar 40 mil crianças na região.

Que o exemplo de Irmã Elizabeth Alves nos motive a todos a servir cada vez mais o Reino de Deus. Levando o Evangelho de Jesus Cristo a toda criatura e servindo com alegria aos irmãos e irmãs, principalmente os pobres e pequeninos.

Firmes na esperança da ressurreição, enviamos a nossa bênção.

 

Rio de Janeiro, 28 de março de 2019

 

CARDEAL ORANI JOÃO TEMPESTA, O. CIST.

Presidente do Regional Leste 1 – CNBB

 

Dom Luiz envia mensagem à Diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda

março 13, 2019 / no comments

 

MENSAGEM AOS FIÉIS LEIGOS, SACERDOTES, RELIGIOSOS, RELIGIOSAS E SEMINARISTAS

 

Rio de Janeiro, 13 de março de 2019

 

Neste dia em que se torna pública minha nomeação como 8º bispo diocesano de Barra do Piraí – Volta Redonda quero dirigir-me primeiramente ao já amado povo de Deus da Diocese a quem sou chamado a servir (os fiéis leigos e leigas) assumindo o propósito de ser uma presença o mais fiel possível do Pastor dos pastores Nosso Senhor Jesus Cristo. Minha saudação fraterna aos bispos  Dom Francisco Biasin e Dom João Messi que se dedicaram por longos anos a essa amada Igreja Particular.

Minha saudação especial aos preciosos e necessários colaboradores do ministério episcopal que são os presbíteros  no serviço dedicado e fiel que realizam, como também os caros diáconos permanentes que com suas famílias não medem esforços no trabalho evangelizador e caritativo. Não poderia deixar de saudar, com grande afeto, aos queridos seminaristas,  esperança e alegria de uma Igreja que se renova e busca discernir os sinais dos tempos para uma melhor eficácia evangelizadora e missionária. Minha saudação especial a todos os religiosos e religiosas que enriquecem nossa diocese com seus específicos carismas.

Sou muito grato ao Santo Padre o Papa Francisco por confiar à minha fragilidade o cuidado desta Igreja Particular. Tendo me dedicado por quase 7 anos à Arquidiocese do Rio de Janeiro, quero agradecer especialmente Sua Em.cia Rev.ma Cardeal Dom Orani João Tempesta,  que me acolheu com muito carinho e me ajudou nos primeiros passos no ministério episcopal. Caro Dom Orani, meu respeito e comunhão. Nossos laços continuarão estreitos não só por ser o bispo ordenante principal  para o episcopado, como também por ser o metropolita desta querida província eclesiástica do Rio de Janeiro a qual continuarei a servir como bispo de Barra do Piraí- Volta Redonda. Conforta-me o fato de poder manter esta proximidade consigo e suas orientações sempre prudentes e oportunas. Minha alegria é grande por continuar neste Regional do Leste 1 próximo de tantos bispos amigos e solidários na missão. Não posso deixar de mencionar os queridos irmãos bispos auxiliares. Saibam que sentirei falta desse companheirismo, fraternidade e apoio em todos os momentos e espero continuar contando com suas orações e amizade. Ao longo deste período riquíssimo de experiência na Arquidiocese do Rio de Janeiro pude contemplar a grande riqueza desta que é uma das mais antigas Igrejas Particulares do Brasil, com seus dedicados sacerdotes e fiéis generosos e compreensivos. Quero agradecer muito a paciência e compreensão de todos, especialmente os colaboradores leigos no Edifício João Paulo II e, mais particularmente, os funcionários da Cúria Arquidiocesana por serem eficientes, discretos e empenhados no amor e serviço a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao Vicariato Urbano onde estou, no momento, colaborando como bispo referencial, agradeço o apoio de seu Vigário Episcopal Pe. Wagner Toledo, extensivo aos sacerdotes e fiéis, por esse tempo em que pude estar ao lado de vocês enfrentando os desafios da missão.

No entanto é chegada a hora de acolher a convocação  que o Senhor me faz através do chamado do Santo Padre para pastorear a Diocese de Barra do Piraí- Volta Redonda. Esta diocese tem uma ligação histórica com a diocese onde fui gerado no ministério presbiteral  – Campos dos Goytacazes – pois as duas foram erigidas no dia 4 de dezembro de 1922 com a mesma bula pontifícia Ad Supremum Apostolicae Sedis, do Papa Pio XI, portanto, pode-se dizer que são irmãs gêmeas, apesar das distintas realidades geográficas, históricas e eclesiais. Sinto-me honrado e, ao mesmo tempo, pequeno diante de uma história tão rica nesta diocese onde passaram grandes bispos que foram pastores corajosos e magníficos servidores do Evangelho. Cada bispo pela graça de estado que é investido, no contexto próprio de seu pastoreio é aquele que imprime um direcionamento, no discernimento de pastor, necessário para o momento histórico em que vive. Peço a Deus que, através do seu Santo Espírito, eu possa discernir bem o momento eclesial que se vislumbra para que consiga corresponder aos anseios e necessidades pastorais, sociais e espirituais do conjunto dos fiéis, não limitado a ideologias ou posicionamentos estreitos de qualquer vertente que impedem o crescimento do Reino de Deus, mas tendo capacidade da escuta de forma a  corresponder aos desafios e urgências da evangelização. Como recorda a Exortação Apost. Pastores Gregis sobre a evangelização da cultura deve-se estar atento à “capacidade intrínseca em cada cultura, modelá-la e promovê-la, purificando-a e abrindo-a à plenitude da verdade e de vida que se realizou em Cristo Jesus”. Desta forma quero ser esta presença que consiga animar e motivar todas as forças vivas da diocese (pastorais, movimentos, espiritualidades) a serem fermento na sociedade por um mundo mais fraterno em que a mensagem do evangelho penetre verdadeiramente nos corações, transformando vidas no autêntico discipulado de Cristo.

Proponho-me a iniciar um pastoreio conforme, nos exortam os documentos do Magistério, de que o bispo governa com o coração do servo humilde e do pastor afetuoso, que guia o seu rebanho procurando a glória de Deus e a salvação das almas (cf. PG 43). Da mesma forma a Exort. Apost. “Pastores Gregis” fala do estilo pastoral de governo cada vez mais aberto à colaboração de todos e à comunhão diocesana. Para isso pretendo exercitar-me na escuta para melhor servir a todos de forma que possa contribuir para eficácia da unidade eclesial na diversidade, procurando favorecer a sinergia entre os diversos agentes com objetivo de percorrermos juntos o caminho comum da fé e missão (cf. PG 44). Quero esforçar-me para suscitar cada vez mais estruturas de comunhão e participação. Isso implica  consciência de que  o ministério episcopal comporta claro e inequívoco direito-dever de governo para avaliar, zelar e acompanhar todas as coisas de forma que que os crentes sintam-se verdadeiramente cuidados e protegidos de qualquer doutrina estranha e alheia ao depósito da fé.

Concluo estas breves reflexões reafirmando meu compromisso em ser um dedicado servidor do Evangelho para vocês e, estando desde já, toda a diocese nas minhas orações peço a caridade de rezarem por mim. Confiando meu ministério episcopal e a nova missão a Bem Aventurada Maria, Mãe da Igreja e a Senhora Santana, padroeira desta querida diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda pedimos a intercessão dessas grande mulheres de Deus cujos exemplos de fidelidade e obediência a Deus sempre nos motivam no discipulado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!

 

Dom Luiz Henrique da Silva Brito

Bispo Eleito de Barra do Piraí – Volta Redonda

 

 


Ouça a Mensagem de Dom Luiz Henrique por ocasião da sua nomeação como 8º Bispo de Barra do Piraí – Volta Redonda