Nota de Falecimento de Dom Werner Siebenbrock

dezembro 24, 2019 / no comments

O Regional Leste 1 – CNBB, com profundo pesar, comunica o falecimento do Exmo. Revmo. Dom Werner Franz Siebenbrock, SVD, 4º bispo da diocese de Nova Iguaçu e bispo emérito da diocese de Governador Valadares, Minas Gerais.

Natural de Münster, na Alemanha, dom Werner nasceu no dia 27 de setembro de 1937. Ainda jovem entrou para a Congregação dos Missionários do Verbo Divino. No Brasil, trabalhou no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Em Belo Horizonte foi nomeado bispo auxiliar da arquidiocese mineira, sendo ordenado em 18 de dezembro de 1988 pelas mãos do Cardeal Serafim Fernandes de Araújo. Escolheu como seu lema episcopal “In verbo autem tuo” (Por causa da tua Palavra). Em 1994 foi nomeado como 4º bispo da diocese de Nova Iguaçu, sucedendo dom Adriano Mandarino Hypólito. No ano de 2001, retornou ao Estado de Minas Gerais, pois fora nomeado pelo Papa São João Paulo II como bispo de Governador Valadares. Lá ficando até completar seus 75 anos e ter sua renúncia aceita dois anos mais tarde pelo Papa Francisco.

Dom Werner faleceu na tarde deste terça-feira, 24 de dezembro, véspera do Natal de Nossa Senhor Jesus Cristo na cidade de Juiz de Fora onde ele se encontrava junto dos seus confrades da Sociedade do Verbo Divino. Em breve serão dadas aos fieis e amigos as informações sobre o velório e sepultamento.

 

Firmes na esperança da Ressurreição, rogamos a Deus que acolha em seu Reino esse servo bom e fiel.

 

DOM JOSÉ FRANCISCO REZENDE DIAS

Arcebispo de Niterói (RJ)
Presidente do Regional Leste 1 – CNBB

DOM GILSON ANDRADE DA SILVA

Bispo de Nova Iguaçu (RJ)
Vice-presidente do Regional Leste 1 – CNBB

DOM TARCISIO NASCENTES DOS SANTOS

Bispo de Duque de Caxias (RJ)
Secretário do Regional Leste 1 – CNBB

 

Um poder diferente

novembro 24, 2019 / no comments

Quando Jesus foi apresentado a Pilatos, no processo que iria levá-lo à morte, o governador da Palestina dirigiu-lhe uma pergunta crucial: “Tu és Rei”? Jesus declarou que sim, era rei, mas que o seu Reino não era deste mundo ((Jo 18, 36).

Pilatos poderia temer que alguém assim representasse uma ameaça à ordem e ao poder que ele detinha. Mas não! Parece ter intuído que aquele tipo de poder era de grande novidade e, por isso, insistiu no interrogatório, tomando, a seguir, a decisão de soltá-lo. Ao ser instigado pela multidão, porém, entregou Jesus à morte. A declaração de “Rei”, no entanto, foi conservada. Tanto assim que Pilatos mandou fosse colocada no cimo da cruz a inscrição Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.

É interessante notar que Jesus não tenha querido rechaçar este título que, certamente, poderia dar origem a muitas interpretações, como, de fato, ao longo da história aconteceu. Há sempre o perigo de uma visão equivocada do reinado de Jesus, negando aquela autonomia das realidades temporais que o Concílio Vaticano II afirmou: “as coisas criadas e as sociedades gozam de leis e de valores próprios, que o homem vai gradualmente conhecendo, aplicando e organizando” (Gaudium et spes, 36).

O próprio Jesus declarara isso quando indicou que se deve dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mt 22, 21). Sobre a sua missão, a Igreja mesma afirma que “nenhuma ambição terrena a move, mas ela pretende uma única coisa: guiada pelo Espírito Santo, continuar a obra do próprio Cristo, que veio ao mundo para dar testemunho da verdade; para salvar, e não para condenar; para servir, e não para ser servido” (Idem, n. 3).

Hoje também os cristãos afirmam: “Jesus é Rei”. Neste domingo, a liturgia da Igreja católica, celebra a festa de Jesus Cristo, Rei do Universo, concluindo com ela as celebrações que desde o advento do ano passado foram propostas. Mas o que significa continuar insistindo neste título? Parece-me que não se pode perder de vista algo essencial que da boca de Jesus mesmo nós escutamos: “o meu Reino não é deste mundo”.

O Reino de Jesus, ao contrário dos outros reinados, não depende de um reconhecimento público de sua existência, nem se conquista à força de armas e articulações políticas. Ele já é, e já está presente, independente da adesão das pessoas e de seu reconhecimento, mas revelará toda a sua força no final dos tempos. Por isso, Jesus diante de Pilatos, não hesita em afirmar a sua realeza, ao mesmo tempo que sempre foge quando pretende que o estabeleçam como rei. Assim, Ele redireciona o sentido do seu poder. A realidade do poder fascina a humanidade desde sempre. E isso, desde as pequenas coisas até às mais elevadas. Vai, por exemplo, do poder de ter nas mãos a chave de um armário ao de governar uma nação.

Não é à toda que é no contexto da Paixão e Morte na cruz que Jesus se reveste com as vestes de Rei e recebe uma coroa, mas de espinhos. O Reinado de Jesus é o poder de amar até dar a vida, de escolher com liberdade tornar-se o menor de todos para poder servir a todos, é colocar no centro de tudo o amor desinteressado, ou melhor, interessado unicamente em salvar o outro, em dar tudo de si para que o outro tenha a vida. É dessa forma que Jesus é Rei, é dessa forma que os cristãos reinam com Ele.

A Diocese de Nova Iguaçu, neste domingo, fará uma grande celebração em Nilópolis, aproveitando essa ocasião para declarar que Jesus é Rei da Paz, rezando pela paz em nossa Baixada. Vamos também dar início a uma iniciativa de formação, inspirada na Doutrina Social da Igreja, a fim de ajudar os nossos leigos e leigas a assumirem, de forma mais consciente e capaz, o seu protagonismo na família e na sociedade.

Artigo de Dom Gilson Andrade da Silva, bispo de Nova Iguaçu e Vice-presidente do Regional Leste 1 – CNBB