Dom Nelson Francelino participa de Encontro Latinoamericano de Responsáveis Nacionais da Pastoral Juvenil

novembro 20, 2019 / no comments

O Bispo de Valença e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, dom Nelson Francelino Ferreira, participa no Peru do 20º Encontro Latinoamericano de Responsáveis Nacionais da Pastoral Juvenil. O encontro será realizado no Balneário Santa Rosa, nas proximidades de Lima de 18 a 23 de novembro e tem como tema “Nós jovens somos terra sagrada, o agora de Deus”.

 

Em viagem apostólica, o Papa Francisco enviou aos presentes a sua mensagem de cordialidade dizendo que os jovens são “o agora de Deus”. Confira a mensagem na íntegra.

A Su Excelencia Reverendísima
Monseñor Alfredo Vizcarra Mori, S.J.
Vicario Apostólico de Jaén
Presidente de la Comisión Episcopal para Laicos y Juventud

Caro Irmão:

Saúdo-vos cordialmente, bem como os organizadores e participantes do XX Encontro Latino-Americano de Líderes Nacionais da Juventude Pastoral, que acontece na Casa de Coabitação Juan Pablo II, em Balneario de Santa Rosa, com o lema: “Os jovens são terra sagrada, o agora de Deus.”

Você, ao colaborar no campo do ministério da juventude, presta à Igreja um serviço que não pode ser negligenciado. Os jovens falam conosco e nos desafiam, nos fazem cair na contagem das luzes e sombras de nossa comunidade, e com seu entusiasmo nos encorajam a dar respostas de acordo com nosso tempo. Eles são o terreno fértil e novo que Deus dá às comunidades cristãs. Você é encarregado da tarefa de acompanhá-lo com respeito e mansidão no caminho de sua maturação pessoal, para que você possa tomar posse na fé e, com a graça do Senhor, dar frutos do amor e da esperança.

Na América, o continente da esperança, como em todo o mundo, os jovens são o agora de Deus, porque seu Filho Jesus, que é uma manifestação de sua bondade, caminha e fica com eles, e através de Jesus, o Pai continua a falar-nos na linguagem de seu amor , “quem sabe mais sobre aumentos do que que quedas, de reconciliação do que de proibição, de dar nova oportunidade de condenar, no futuro do que no passado” (Cerimônia de Recepção e Abertura da JMJ, Panamá 24 janeiro 2019). Encorajo-vos a aprofundar-se cada vez mais no conhecimento da pessoa de Jesus, para que, vivendo na intimidade do seu coração, vocês possam se tornar discípulos missionários e testemunhas de sua ternura, e outros jovens possam se aproximar dele, os eternamente jovens, para experimentar a alegria de sua amizade e levar uma existência fundada na fraternidade cristã e solidariedade.

Com esses sentimentos, peço ao Senhor, através da intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América, sustente com sua graça os pastores, os responsáveis pelo ministério da juventude e todos os jovens da América Latina, fortalecendo-os no amor mútuo e acompanhando-os em suas vidas diárias.

Que Jesus abençoe você e a Santa Virgem irá ajudá-lo em seus propósitos do bem. E por favor, não se esqueça de orar por mim.

Fraternalmente

Francisco

Não se esquecer dos pobres

novembro 17, 2019 / no comments

É conhecido de todos o episódio acontecido durante a eleição para Papa, do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio. Ele mesmo conta que, ao se tornar certa a sua escolha, um cardeal brasileiro aproximou-se dele e disse: “não se esqueça dos pobres”. Bergoglio assumiu esse convite quase como um programa do seu pontificado. Ele mesmo tem procurado recordar os pobres não apenas à Igreja, mas ao mundo todo, pois “o grito dos pobres se torna mais forte a cada dia. E a cada dia é menos ouvido, porque abafado pelo barulho de poucos ricos que são sempre menos e sempre mais ricos” (Papa Francisco).

A escolha dos pobres é primeiramente divina. É sempre surpreendente o fato de que Deus, ao se tornar homem, tenha escolhido o estilo de vida dos pobres; e que Jesus, durante a sua vida pública, vivesse cercado de pessoas que representavam o rosto da pobreza em seu tempo. Que Deus ame os pobres, é um fato que as Sagradas Escrituras demonstram desde o início até o fim. São Paulo testemunha que a única recomendação que recebeu dos Apóstolos Pedro e João, no início de sua caminhada evangelizadora, foi a de que não se esquecesse dos pobres (Gl 2, 10). A própria “qualidade” de Deus por excelência, junto com o seu poder, é a misericórdiaque traduz a atitude concreta de Deus para com os mais necessitados, os mais pobres entre os pobres.

No domingo, 17 de novembro, celebramos o 3º Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco como fruto da experiência do Ano Extraordinário da Misericórdia, em 2016. Neste ano, como de costume, o Santo Padre enviou uma mensagem para este dia cujo tema é “a esperança dos pobres jamais se frustrará”.

Este dia oferece a lembrança necessária dos pobres em nossas Igrejas e o convite a uma ação que signifique mãos estendidas para eles. Em nossa Diocese indicamos que cada paróquia tenha iniciativas que sirvam também para motivar ainda mais o nosso compromisso com aqueles que Jesus quis identificar-se de maneira muito concreta. São tão variadas as pobrezas do nosso tempo que temos de realizar muitas iniciativas, que não se restrinjam apenas ao Dia Mundial dos Pobres, mas que nos comprometam ainda mais com a vida desses irmãos  que “se tornam invisíveis, e cuja voz já não tem força nem consistência na sociedade” (Papa Francisco).

A Sagrada Escritura vê o pobre como “aquele que ‘confia no Senhor’ (cf. Sl 9, 11), pois tem a certeza de que nunca será abandonado”, assim recorda o Papa Francisco na sua mensagem. Deus “é Aquele que ‘escuta’, ‘intervém’, ‘protege’, ‘defende’, ‘resgata’, ‘salva’… Em suma, um pobre não poderá jamais encontrar Deus indiferente ou silencioso perante a sua oração.” Por isso, recorda o Papa, “a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e lança fora, é uma escolha prioritária que os discípulos de Cristo são chamados a abraçar”.

Assim, nós somos chamados a manter viva, diante dos nossos contemporâneos, a lembrança desse Deus que cuida dos pobres e lhes dedica toda a sua atenção. Por isso, o Papa Francisco recorda na sua mensagem que “os pobres precisam de Deus, do seu amor tornado visível por pessoas santas que vivem ao lado deles e que, na simplicidade da sua vida, exprimem e fazem emergir a força do amor cristão”.

Que cada um de nós possa somar-se às inúmeras iniciativas planejadas em nossas comunidades paroquiais, e em outros setores da vida da Igreja, para que a esperança dos pobres se renove e não se frustre.

 

Artigo de Dom Gilson Andrade da Silva, bispo de Nova Iguaçu (RJ)