Um pacto mundial pela educação

fevereiro 9, 2020 / no comments

Não precisamos estar tão atualizados acerca das notícias que circulam nos meios de comunicação para nos darmos conta de que uma das grandes urgências do nosso tempo é a educação. Talvez, uma conversa dentro da própria casa, nos faça perceber que os parâmetros parecem ter mudado, e o choque de gerações hoje vai se transformando em verdadeiro distanciamento e, muitas vezes, em indiferença. Os pais e os educadores de modo geral se perguntam acerca dos melhores instrumentos para hoje ser mais eficazes no processo educacional das novas gerações. Muitas vezes a perplexidade chega mesmo até quanto ao próprio conceito de educação. Há uma gama de escolas filosóficas que propõem este ou aquele conceito, e, consequentemente, este ou aquele caminho. A escolha não é indiferente, pois se trata de ajudar uma pessoa a encaminhar-se na vida, a buscar a maneira de encontrar o sentido da própria existência, a percorrer aquela estrada que conduz à realização elementar a que todo ser humano é chamado a alcançar.

O Papa emérito, Bento XVI, já alertava para uma emergência educativacomo um dos desafios mais relevantes do nosso tempo e, recentemente, o Papa Francisco, convocou-nos para um pacto mundial sobre a educação, atendendo pedidos vindos de todas as partes e não apenas do mundo cristão, de que liderasse um movimento global a favor da educação.De fato, a situação neste campo é tal que não bastam iniciativas isoladas para atender às demandas relacionadas à educação, mas faz-se necessário reunir muitas forças e realizar um trabalho comum, de apoio mútuo, para recuperar “aquele pacto educativo que se dá entre a família, a escola, a pátria e o mundo, a cultura e as culturas”(Francisco, Discurso em 7 de fevereiro de 2020). É ilusão pensar que uma única instância realiza toda a complexidade da educação. A criança que recebe em casa as indicações sobre valores, sobre a vida, é a mesma que na escola, na sociedade irá confrontar o que ouviu no seio familiar com o restante do contexto onde está inserida. A educação, de fato, é global, embora a base familiar seja primordial e de relevância ímpar.

No discurso acima citado, durante um Seminário organizado pela Academia Pontifícia de Ciências Sociais, em Roma, sobre “Educação: o pacto mundial”, o Papa Francisco dizia que “hoje é necessário unir esforços para alcançar uma aliança educativa ampla com o objetivo de formar pessoas maduras, capazes de reconstruir, reconstruir o tecido relacional e criar uma humanidade mais fraterna”.

A fragmentação característica de nosso tempo, em amplos setores da vida humana, tende a deslocar as pessoas das realidades essenciais, causando um distanciamento relativo às verdadeiras potencialidades do ser humano. O processo educativo compromete o presente e o futuro de toda a pessoa. Por isso, lembra Francisco que cada geração deve enfrentar o desafio educacional de sua época, pois  deve responder sobre “como transmitir seus saberes e seus valores à seguinte (geração), já que é através da educação que o ser humano alcança seu máximo potencial e se converte em um ser consciente, livre e responsável. Pensar na educação é pensar nas gerações futuras e no futuro da humanidade”(Papa Francisco).

Esta convicção levou os cristãos, em momentos importantes da história, a terem iniciativas que marcaram mundo da educação. Pensemos, por exemplo, na pedagogia inaugurada por São João Bosco, como marco da proximidade dos educadores de seus educandos.

Interessa na educação considerar a pessoa toda, por isso, ainda em palavras do Papa Francisco, não basta transmitir conceitos, mas “buscar integrar a linguagem da cabeça com a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Que um educando pense o que sente e o que faz, sinta o que pensa e o que faz, faça o que sente e o que pensa.” Certamente, teremos muitos desdobramentos práticos dessa proposta do Papa Francisco. A Conferência episcopal, através da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação e Cultura, tem oferecido subsídios para garantir apoio a esta iniciativa que oferece um sinal de esperança diante dos desafios à educação. Queremos acompanhar esse processo de perto, pois a todos interessa o futuro da humanidade que passa pela família e pela educação.

 

Artigo de Dom Gilson Andrade da Silva, bispo de Nova Iguaçu e Vice-presidente do Regional Leste 1 – CNBB

Diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda fará coleta especial para vítimas das chuvas

fevereiro 4, 2020 / no comments

Na última segunda-feira, dia 03, o bispo da diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda, dom Luiz Henrique, divulgou uma carta informando que todas as coletas em espécie, que serão realizadas no próximo final de semana, dias 08 e 09/02, em todas as comunidades católicas dos 12 municípios da diocese, serão destinadas, proporcionalmente, às dioceses impactadas pela chuvas das últimas semanas. Na carta, o bispo fala de solidariedade, união e de generosidade entre os irmãos.

“Temos acompanhado com preocupação, sensibilizados por conta das chuvas que estão afligindo principalmente os mais pobres, especialmente em Minas Gerais, Sul do Espírito Santo e noroeste do nosso Estado do Rio de Janeiro. Não podemos ficar indiferentes à dor e sofrimentos dos nossos irmãos. Queremos demonstrar de forma concreta, além  de nossas preces, também  contribuir com nossa ajuda fraterna para estas regiões diretamente atingidas. Este valor será encaminhado, proporcionalmente, às dioceses impactadas pela ação das chuvas”, disse o bispo.

Para ajudar, é só se dirigir a uma das igrejas católicas da diocese e ofertar o valor que desejar durante as coletas nas missas.

 

Leia a carta na íntegra: