A Páscoa está aí revigorando nossas forças, iluminando nosso peregrinar e lembrando que somos passageiros da terra para o céu, caminhantes do Reino e inquilinos de moradas terrenas possuindo já aqui o endereço certo da glória futura.
A Páscoa é a saída para uma vida nova com toda a pujança de Jesus Ressuscitado. Nossa vida triunfa e nos impulsiona para fora dos recalques, azedumes, raivas, murmurações, preconceitos, preguiças, vaidades, prepotências, desamores e tantas misérias tristes do passado. É hora do adeus ao pessimismo e aos tumultos interiores que são receitas negativas, portadores de sérias complicações em todas as vertentes do nosso caminhar terreno.
A Páscoa é a ausência da cultura da morte e a presença da perpetuação da vida em nosso coração e, a exemplo do túmulo vazio, transmite sinais vitais de alegria, coragem, otimismo, esperança, como também de lutas. Afinal, a presença do túmulo vazio era a certeza de que o corpo sem vida do Senhor não estava ali. O coração humano, fechado e abastecido de misérias, jamais comunica vida e a morte, dessa forma, haveria de continuar no pódio.
A Páscoa hoje é, exatamente, a derrota da morte, sinalizada pelo pecado e o fortalecimento da vida com Deus e com os irmãos.
A Páscoa é vida constante em que se dispensa o muito falar e proclama o reinado da ação com um testemunho diário de novos cristãos, novas pessoas, nova Igreja, novos hábitos, nova mentalidade, deixando emergir a obrigação que todos temos de ser discípulos e missionários em busca da missão continental, exigência do Cristo ressuscitado. Se assim não acontecer não é Páscoa/passagem; mas, apenas, representação de atos festivos de passadas e saudosas lembranças de séculos antigos e proclamação memorial de fatos longínquos.
É preciso que corramos e anunciemos, principalmente, que a grande novidade da Páscoa está em sermos novos e corajosos portadores da destruição da barreira do mal merecida pela paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo na suavidade do Mistério Pascal.
A certeza de que a vítima é a grande vencedora leva-nos a um perene “aleluia” que deve brotar de nossos festivos corações.
Monsenhor João Alves Guedes
Assessor da Comissão Regional Pastoral para a Liturgia