Neste sábado, dia 09, mais de 350 pessoas das quatro regiões pastorais da diocese participaram do Encontro de Sensibilização da Campanha da Fraternidade 2019 com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça (Is 1,27)”. O encontro foi realizado na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no Conforto, em Volta Redonda. Dom Francisco iniciou o encontro dando boas-vindas aos participantes fazendo uma breve recordação das Campanhas da Fraternidade e explicando como surgiu a temática da CF de 2019.
“A Campanha da Fraternidade é a expressão quaresmal da conversão de toda a Igreja…inicialmente os temas da Campanha da Fraternidade eram mais internos à Igreja, mas aos poucos devido, sobretudo, a momentos impactantes à população, refiro-me ao período da ditadura militar, as Campanhas da Fraternidade começaram a ter muito mais de atenção aos problemas urgentes e emergentes no Brasil”, relembrou o bispo explicando que o tema deste ano foi escolhido há três anos. “Tem gente que pensa que esse tema surgiu depois das últimas eleições. É bom que se saiba que os temas da CF são escolhidos três anos antes para poder preparar os subsídios, cantos, reflexões e para assim perpassar as várias instâncias da Igreja”, esclareceu.
Para conduzir o estudo, foi convidado o Frei Olávio Dotto, assessor nacional da Comissão das Pastorais Sociais da CNBB. Em mais de três horas de explanação, o frei percorreu temas como os objetivos da Campanha da Fraternidade, a história das campanhas e a importância delas no desenvolvimento social no Brasil, mostrando o cenário atual das pastorais e movimentos da Igreja. Sobre o tema específico, Frei Dotto apresentou o conceito de Políticas Públicas, o processo de implementação delas, a responsabilidade orçamentária na escolha da aplicação das verbas, participação popular e outras vertentes do tema.
“É um tema muito provocador para nós cristãos católicos. É um desafio nosso nos encantarmos pelo tema das políticas. A gente acha que é um tema difícil, que se trata de política de governo e não temos nada a ver com isso. Precisamos nos encantar e ao mesmo tempo nos nossos municípios ver com as nossas lideranças como elas se mobilizam para acompanharem a execução dos orçamentos: onde o dinheiro é aplicado, como é feito, as prioridades…mas sempre com aquele foco assim todo especial para onde existe mesmo os riscos sociais, onde está a vulnerabilidade social. E ao mesmo tempo cabe às paróquias mobilizar, incentivar para que os nossos cristãos possam participar dos espaços dos conselhos paritários onde discutem as políticas públicas”, disse o frei resumindo a participação popular em três grandes ações. “É a gente participar, fiscalizar e ao mesmo tempo se organizar para propor as políticas públicas. Reforçar a consciência política e participar do debate político e com isso não estou dizendo política partidária, mas a política que estabelece o bem comum”, explicou.
Para quem já faz parte dessa realidade de participação popular, ter esse tema como Campanha da Fraternidade “dá força e motiva outros irmãos”, como disse Luzia Quintino presidente do Conselho Municipal de Saúde de Volta Redonda.
“A importância dos leigos estarem inseridos no controle social é a nossa visão diferenciada quanto ao evangelho, preocupação com o coletivo, cuidado e humanização. Por isso é muito importante estarmos inseridos nas questões voltadas para as políticas públicas. Não podemos só ficar dentro da Igreja. Temos que levar a Igreja para fora, participando ativamente da parte política, porque é isso que o evangelho nos pede. Que a gente faça justiça e ajude as outras pessoas”, concluiu.